O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, garantiu hoje, em Bruxelas, que “não há qualquer preparação de um outro programa” de assistência financeira a Portugal, e que todos os esforços estão concentrados na implementação bem sucedida do actual.
“Contrariamente a notícias que vi, não há qualquer preparação, por parte das entidades da União Europeia ou do FMI [Fundo Monetário Internacional], qualquer preparação de um outro programa. Estamos é concentrados na implementação deste programa, e é aí que nos devemos concentrar. Aliás, esse é o interesse, estou seguro, quer de Portugal, quer dos países da zona euro e da União Europeia no seu conjunto”, declarou o presidente do executivo comunitário.
José Manuel Durão Barroso, ao ser questionado durante uma conferência de imprensa sobre os resultados das eleições autárquicas de domingo, e sobre se o Governo não saia fragilizado perante os seus credores, aproximando assim Portugal de um segundo resgate, disse que segue “muito de perto a situação” no país, tendo mesmo votado na véspera, mas disse não poder comentar eleições autárquicas “em Portugal, nem em nenhum país da UE [União Europeia]”.
“O que quero dizer é o seguinte: a Comissão Europeia continua a trabalhar com as autoridades portuguesas para tudo fazer no sentido de se assegurar o cumprimento do programa de ajustamento económico, que é essencial para Portugal poder de facto regressar aos mercados, e continuamos confiantes nesse objectivo. Esperamos, obviamente, que todos os esforços sejam agora levados a cabo, em Portugal, pelo Estado português no seu conjunto, pelas diferentes forças políticas, para garantir esse objectivo. É isso que esperamos, sinceramente”, declarou.
No sábado, a Comissão Europeia já tinha afastado estar a trabalhar num segundo programa de assistência a Portugal, tendo o porta-voz dos Assuntos Económicos afirmado à Lusa que o cenário de um novo pacote de ajuda não está em cima da mesa, “nem parcialmente nem de qualquer outra forma”.
No mesmo dia, o Ministério das Finanças disse, em comunicado enviado às redacções, que “o Governo está a trabalhar com os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional no âmbito da actual missão em curso para garantir a sua conclusão com sucesso nos próximos dias”, negando a existência de “negociações ou referências de qualquer tipo em relação a um segundo programa de resgate a Portugal”. (jornaldenegocios.pt)