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    Donald Trump impôs sanções à Turquia que comprou mísseis à Rússia

    A administração americana finalmente impõe sanções à Turquia devido à compra de mísseis russos, mas poupa a economia turca. Uma medida que poderá ter impacto sobre o cada vez mais importante programa militar turco.

    O presidente americano Donald Trump impôs ontem sanções à Turquia porque Ancara comprou à Rússia mísseis S400. Há meses que Washington vem ameaçando com esta medida, já que os mísseis põem em causa os sistemas da NATO, da qual a Turquia também faz parte, mas até agora Trump tinha evitado confrontar o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

    Mas na semana passado o congresso americano aprovou um pacote legislativo com o orçamento de defesa nacional que incluía as sanções à Turquia, e Trump tinha 30 dias para o implementar – fê-lo rapidamente, incidindo sobre a poderosa agência estatal turca para a indústria militar (SSB), que coordena todos os projetos de desenvolvimento de novas tecnologias multares e é responsável pela compra de armas ao exterior.

    As sanções impedem agora os EUA de exportar armas para essa agência, e impos o congelamento de bens do seu diretor e de mais 3 executivos.

    A Turquia já reagiu, de forma firme, dizendo que a medida “é um erro”, e pedindo a anulação da mesma, mas deixando a porta aberta para negociações, dizendo que está pronta para discutir e negociar soluções, no que está a ser interpretado como uma abertura para com Joe Biden

    Alguns analistas sugerem que este terá sido talvez o derradeiro favor que Trump fez ao seu homólogo Erdogan, com quem desenvolveu relações cordiais, apesar da crise no relacionamento entre os dois países. As sanções poderiam ser muito mais vastas e impactar a frágil economia turca.

    Para já, os mercados reagiram bem, já que as medidas agora adotadas não terão grande impacto macroeconómico – apesar de poderem atrasar vários programas de desenvolvimento militar em curso na Turquia, que estão dependentes de componentes ou tecnologia estrangeira.

    Nos últimos anos Ancara desenvolveu capacidades próprias no campo militar, e produz hoje armas e equipamento militar de ponta, incluindo os famosos drones turcos, que tanto êxito tem tido em vários palcos de guerra, bem como aviões e carros de combate de fabrico próprio.

    Ancara comprou os misseis, no valor de cerca de €2 mil milhões, há três anos, e os EUA já tinham expulsado a Turquia do programa de desenvolvimento do jato militar F35 como medida retaliatória, mas Erdogan persistiu. As primeiras baterias foram instaladas e testadas nos últimos meses, levando agora Washington a tomar medidas mais drásticas.

    As relações entre os EUA e a Turquia estão em crise há anos, por vários motivos – Ancara é cada vez mais crítica da NATO, exige aos EUA a extradição do clérigo islâmico Fettulah Gulen, considerado o grande estratega por detrás do falhado golpe de estado em 2016, e que está exilado nos EUA, e critica também a aliança entre os EUA e os curdos sírios no norte do país vizinho, feita para combater e repelir o califado islâmico (Daesh).

    As sanções são também um simbólico aviso dos EUA ao mundo, como disse o ainda Secretário de Estado Mike Pompeo: “os EUA não vão tolerar aos seus aliados compras de material militar russo”.

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    FonteRFI

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