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    Dinheiro das dívidas ocultas deve ser usado para recuperar principal estrada do país, dizem analistas moçambicanos

    Em tempos de crise económica, a degradação da Estrada Nacional Número Um (EN1), que liga norte e o sul de Moçambique, agrava-se e não há sinais de uma intervenção de fundo do Governo.

    Por aí também passa grande parte do comértio terrestre.

    Analistas políticos alertam para o risco dessa degradação dividir o país e defendem que o dinheiro recuperado no processo das dívidas ocultas seja usado para a sua remodelação.

    O analista político Raúl Domingos lamenta o estado em que se encontra a Estrada Nacional Número Um e defende a ideia de que o dinheiro recuperado das chamadas dívidas ocultas seja usado para reparar, decentemente, aquela via.

    Ele anota que com o dinheiro das dívidas ocultas, avaliadas em 2.2 mil milhões de dólares, “podiamos fazer uma boa estrada nacional, garantindo o desenvolvimento económico do país e a propalada unidade nacional; eu creio que temos o problema de má utilização de recursos, e esta polémica em torno da EN1, é claro exemplo disso”.

    Domingos refere ainda que “com a guerra em Cabo Delgado a alastrar-se para a vizinha província de Nampula, criando uma divisão do centro, norte e sul, mais do que nunca, uma Estrada Nacional, que parta de Maputo até Pemba, é uma necessidade imperiosa para o desenvolvimento nacional” .

    O também analista político Sande Carmona considera que “não há vontade política para resolver o problema da Estrada Nacional Número Um, porque a intenção é dividir o país em regiões”, sustentando que depois do Rio Save, que separa as regiões sul e centro do país “a situação é caótica”.

    Carmona considera que “isso é uma demonstração clara de que se está a sair de um país para outro, e só esta referência já é uma indicação clara de que há um desnível muito grande entre o sul e as restantes regiões de Moçambique”.

    A EN1 está praticamente toda ela degradada, sendo que a situação se agrava particularmente depois do Rio Save, e os transportadores de carga, sobretudo, enfrentan inúmeras dificuldades para levar as suas cargas para as regiões centro e norte de Moçambique, devido às más condições em que se encontra infra-estrutura.

    O analista político Tomás Mário diz que para além desta dimensão económica, há também o risco de agravamento do fosso entre o sul e as restantes regiões do país, “porque Maputo província e Maputo cidade, fugiram de forma incrível de todo o resto do país”.

    Entretanto, o ministro das Obras Públicas e Habitação, Carlos Mesquita, diz que tudo está a ser feito para garantir a transitabilidade na Estrada Nacional Número Um e nas restantes rodovias do país.

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