A lapidação de um diamante rosa bruto de 46 quilates, recuperado na mina do Lulo, Lunda-Norte, em Maio de 2018, deu lugar a três diamantes polidos, entre os quais se destaca um em forma de coração de 15.2 quilates, qualidade VVS1 e de um rosa alaranjado intenso.
A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), que detém uma importante participação accionista na Sociedade Mineira do Lulo (SML), anunciou, ontem, em nota de imprensa, que os outros dois diamantes resultantes do processo de lapidação são duas pêras de 3.3 e 2.3 quilates.
Segundo informações depois obtidas pelo Jornal de Angola, em Março último, a Safdico International Limited, parceira de lapidação da SML, comprou a pedra, prevendo para a mineradora angolana uma margem da venda dos três diamantes polidos.
Em reacção à lapidação, o presidente do Conselho de Administração da Endiama, Ganga Júnior, declarou que “os resultados obtidos a partir deste diamante são o corolário das novas políticas governamentais para o subsector diamantífero angolano” e “constituem provas físicas e visíveis do grande potencial da mina do Lulo”.
Stephen Wetherall, director-geral da Lucapa Diamond, a parceira australiana da mina, considerou, com respeito a essa operação, que “a recente promulgação do regulamento de comercialização de diamantes angolanos está a produzir o efeito desejado” e que “novos canais de comercialização começam a demonstrar o benefício acrescido real e significativo que pode ser obtido a partir dos diamantes produzidos no Lulo”.
Segundo Stephen Wetherall, os diamantes cor-de-rosa são raros e constituem menos de 0,1 por cento da produção mundial. Com o recente encerramento da famosa mina subterrânea Argyle, na Austrália, que produziu cerca de 90 por cento dos diamantes cor-de-rosa naturais do mundo, estes estão prestes a tornar-se ainda mais escassos.