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    Cai para 14 total de capitais com mais de 90% de lotação nos leitos de UTI

    No estado do Rio de Janeiro, a fila por UTIs públicas despencou de 419 para 196 na última semana

    Ao todo, 18 capitais registraram queda no percentual de leitos de UTI ocupados na última semana

    Em SP, a taxa de ocupação chegou a 83% no estado

    RECIFE, PE, CURITIBA, PR, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ainda enfrentando o período mais crítico da pandemia, o país começa a apresentar uma redução da pressão por vagas de UTI para tratamento da Covid-19 nos grandes centros urbanos.

    Catorze capitais e o Distrito Federal estão com mais de 90% de seus leitos de UTI públicos com pacientes graves da doença, segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo com dados de segunda (19). Eram 17 capitais com mais de 90% na semana passada, e situação recorde de 21 na anterior, ambas incluindo a capital federal.

    Situação nas capitais
    Ao todo, 18 capitais registraram queda no percentual de leitos de UTI ocupados na última semana, sendo que cinco delas estão abaixo do patamar crítico de 80%: Salvador, Macapá, Manaus, João Pessoa e Boa Vista. O avanço na vacinação das pessoas mais velhas e a adoção de medidas de restrição mais rígidas nas últimas semanas em alguns estados são apontados como os principais fatores para a queda.

    Em Salvador, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos saiu de 81% na última semana para 76% nesta segunda, queda que acompanha a tendência registrada no estado. Segundo o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, a imunização dos idosos resultou na redução do número de solicitações por leitos de UTI entre pessoas com mais de 70 anos. “É uma queda significativa e sustentada”, diz. Nas últimas quatro semanas, o número de pessoas com mais de 80 anos em leitos de UTI caiu 42% estado da Bahia. Entre os que têm de 70 a 79 anos, a redução foi de 20%.

    Em São Paulo, onde também há desaceleração na demanda por leitos, a taxa de ocupação chegou a 83% no estado, 81% na Grande São Paulo e 84% na capital paulista, diz a Secretaria Estadual da Saúde. Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Carlos Magno Fortaleza destaca que as duas semanas que São Paulo ficou na fase vermelha, mais o período em que ficou no vermelho ampliado, fez com que diminuíssem os casos de Covid-19, as internações, a fila de espera e as ocupações em UTI.

    “Realmente desacelerou a pandemia. Nós descobrimos que medidas restritivas funcionam, mas o que obtivemos até agora ainda é muito pouco”, afirma. No outro extremo, capitais como Campo Grande e Rio Branco não têm leito disponível para pacientes críticos. Em Rio Branco, os leitos de terapia intensiva lotaram na segunda-feira. A ocupação passou para 100% nas duas unidades de referência da cidade, e a fila para transferência, que estava zerada, agora tem 14 pessoas.

    Na capital de Mato Grosso do Sul, a ocupação das UTIs atingiu taxa de 106%, com 37 pessoas aguardando por leitos. O cenário também é crítico nos demais estados do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, a ocupação segue próxima do limite, com 96% das 608 vagas de UTI ocupadas, ante 98% de sete dias antes. A fila também foi reduzida, de 85 pacientes para 33.

    No Distrito Federal, havia 231 pessoas à espera de leito de UTI na terça. A taxa de ocupação de leitos Covid era de 97%. Para ajudar a suprir esse problema, estão sendo construídos três hospitais de campanha. Cada um vai dispor de cem leitos de UTI.

    “Em Goiás, a pressão em leitos de UTI teve ligeira redução na última semana, mas, ainda assim, 90% dos leitos estão ocupados e há fila. Na última semana, havia 74 pessoas à espera de uma vaga. Agora, há 37. Em outros estados, o cenário é de estabilidade com altas taxas de ocupação. É o caso de Pernambuco. Mesmo diante da abertura contínua de novos leitos, a taxa de ocupação permanece em 97%.

    No estado, há 1.562 pessoas internadas recebendo cuidados intensivos. É o maior número desde o início da pandemia. Nesta terça, havia 75 pacientes graves esperando para acessar um leito. Há duas semanas, médicos denunciam desabastecimento de medicamentos como sedativos e bloqueadores neuromusculares em unidades de saúde pública no Recife. O governo estadual nega.

    No estado do Rio de Janeiro, a fila por UTIs públicas despencou de 419 para 196 na última semana, mas a ocupação de leitos continua alta, em 86%. Na capital fluminense a situação é estável, com 93% das vagas de terapia intensiva ocupadas e 43 pessoas na espera nesta terça-feira (20).

    O prefeito Eduardo Paes (DEM) flexibilizou as restrições na última quinta (15), permitindo que restaurantes e bares funcionem presencialmente até as 21h e que esportes coletivos sejam praticados em praias e parques. Permanecer ou vender produtos na areia, porém, continua proibido.

    O Paraná também segue com o quadro de estabilidade, com o índice de ocupação de UTIs girando em torno de 94% e 148 pessoas aguardando por leitos nesta terça-feira. O quadro é melhor no Rio Grande do Sul, onde a ocupação de UTIs caiu de 87% para 83% em uma semana. Porém, no mesmo período, foram criadas 24 novas vagas, e a fila de espera não diminuiu, permanecendo com 40 pessoas. Na capital Porto Alegre, a queda na lotação de hospitais foi ainda maior: de 96% para 87% a partir da abertura de 12 novas UTIs. A espera por leitos, no entanto, cresceu de três para seis pacientes.

    Em Santa Catarina, o cenário está estável, com 96% das UTIs ocupadas mesmo com a criação de 18 leitos. Mais de cem pacientes ainda aguardavam vagas no sistema público nesta segunda-feira (19). Em Minas Gerais, a ocupação de leitos de UTIs públicas reservadas para Covid-19 registrou um recuo pequeno, passando de 91% para 89%.

    Na quinta-feira (15), o governo do estado anunciou que metade das macrorregiões de saúde passariam à onda vermelha do plano de flexibilização de atividades, uma fase menos restritiva que a onda roxa e onde a adesão fica a critério dos municípios. “Estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de saúde estão cansados e as vagas são poucas”, afirmou o governador Romeu Zema (Novo).

    A tendência de queda nos indicadores em Belo Horizonte —até ocupação de UTI— levou o prefeito Alexandre Kalil (PSD) a anunciar a abertura gradual do comércio a partir desta quinta (22), após um mês e meio de fechamento, e a retomada de aulas presenciais.

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