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    Cabinda: Menor de 11 anos em estado de gestação

    Uma menor de 11 anos, residente no município de Buco-Zau, em Cabinda, encontra-se em estado de gestação, situação que provocou algum desconforto no seio da família que faz da agricultura a sua fonte de sobrevivência.

    A identidade da menor, que vive com os pais na sede comunal de Necuto, município de Buco-Zau, e do autor da gravidez não foram reveladas pelo ginecologista André Goma, que deu a conhecer o facto ao Jornal de Angola.

    André Goma manifestou-se bastante preocupado com a situação devido ao facto de a menina não possuir ainda os órgãos reprodutores internos devidamente desenvolvidos, o que levou a criar uma equipa médica para acompanhar de perto a pequena gestante, assim como criar as condições para a sua transferência para a cidade de Cabinda.

    “A menina deve ter o acompanhamento de especialistas, até ao momento do parto, para não pormos em risco quer a vida da mãe, quer a do bebé”, sublinhou André Goma.

    Para André Goma, responsável da Ordem dos Médicos em Cabinda, os ministérios da Educação e da Saúde deveriam concertar ideias no sentido de introduzir-se, a partir do ensino primário, conteúdos curriculares sobre educação sexual e saúde reprodutiva para se atenuar os casos de gravidez precoce no seio de menores.

    Segundo André Goma, que é igualmente director da área pedagógica do Hospital Provincial de Cabinda, as raparigas com idades entre os 11 e os 17 anos não têm, em termos fisiológicos e anatómicos, condições para suportar uma gravidez, já que a bacia do colo uterino ainda não está devidamente preparada.

    “As principais causas do surgimento desses casos prendem-se com o facto de algumas adolescentes possuírem uma certa robustez física que às vezes atrai os homens. Mesmo assim, a formação dos seus órgãos internos reprodutivos não estão preparados para gerar um filho”, disse André Goma.

    Apontou a crise económica como razão que leva a que várias raparigas iniciem a vida sexual de forma prematura em troca de dinheiro ou bens materiais.

    Por este facto, apelou aos pais e outros tutores para se preocuparem com a educação dos filhos,
    tendo defendido a necessidade de promover-se campanhas de sensibilização para o resgate de valores morais.

    O médico enumerou como consequências da gravidez precoce factores psicológicos que levam a adolescente a desistir da escola, devido ao estigma ou pressão social que sofrem, a rejeição do homem em assumir a gravidez e os pais suportarem mais uma criança a par dela.

    Apontou ainda o perigo da realização de um parto por via cesariana precoce o que poria em risco futuros partos por cesariana, bem como o surgimento de abortos.

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