Os accionistas espanhóis do BPI dizem que ainda não há acordo mas que continuam a manter contactos com a Santoro de Isabel dos Santos “para encontrar uma solução que possa ser aceitável para todas as partes”.
Os catalães do CaixaBank informaram esta quarta-feira, 16 de Março, que não chegaram ainda a acordo com a Santoro de Isabel dos Santos sobre o BPI, depois de esta terça-feira terem surgido notícias que dão conta de que já há preço para o divórcio entre os dois accionistas de referência.
“Face ao facto relevante publicado no passado dia 2 de Março de 2016 e a determinadas notícias publicadas sobre a sua participação no BPI, o CaixaBank manifesta que à data de hoje não chegou a um acordo com o accionista do BPI, Santoro – Finance Prestação de Serviços, SA”, lê-se no comunicado colocado pelo CaixaBank no site da CNMV espanhola e distribuído pelo BPI junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
“O CaixaBank continua a manter contactos com a Santoro – Finance Prestação de Serviços, SA. a fim de encontrar uma solução que possa ser aceitável para todas as partes interessadas e informará o mercado oportunamente sobre o resultado desses contactos”, termina a nota.
Esta terça-feira o Expresso avançava que o acordo final estava praticamente fechado entre as duas partes e, ao que o Negócios apurou, já há um entendimento ao preço a que o grupo catalão deverá comprar as acções detidas pela empresária na instituição financeira portuguesa, não tendo sido possível apurar os valores em causa. O assunto será clarificado nos próximos dias, disse fonte conhecedora das negociações.
Os dois accionistas de referência do banco estão pressionados a encontrar uma solução até 10 de Abril, prazo dado pelo BCE para que se resolva o problema de excesso de concentração de riscos do BPI em Angola, via Banco de Fomento Angola (BFA).
O acordo que está a ser ultimado passará pela venda da posição de controlo do BFA a Isabel dos Santos (que já tem 49,9% da instituição) e pela venda ao CaixaBank da participação deste banco nas mãos da Santoro (18,58%). A alienação colocaria o controlo do BPI nas mãos dos catalães e eliminaria a limitação ao direito de votos existente no banco. (jornaldenegocios)