O Bloco de Esquerda (BE) acusou esta sexta-feira o Governo de ser “uma máquina de cortes”, considerando que as medidas de consolidação orçamental anunciadas pelo primeiro-ministro merecem o “levantamento dos partidos da oposição e do País”.
“[O Governo] deverá merecer não só o levantamento dos partidos da oposição mas do País, porque estas medidas não são apenas para os funcionários públicos nem para reformados, mas para uma economia que terá ainda mais desemprego e levará mais fundo o caminho de destruição do País”, defendeu hoje o líder da bancada parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Filipe Soares afirmou que “um governo que não percebe que o caminho que trouxe até aqui é o da destruição tem que ser parado pelos portugueses porque se não vai destruir o País”.
Para o porta-voz do BE, este Governo é “uma máquina de cortes”, que “atinge a dobrar na receita” de cortar salários e pensões, que, em vez de resolver, “aumentou todos os problemas que existiam”.
Pedro Filipe Soares garantiu que “os portugueses podem ter a certeza absoluta que o BE lutará, com todas as armas que tem ao seu dispor, contra este despedimento na função pública, este enorme ataque directo aos salários da função e indirecto aos do privado e este saque nas pensões”.
Em relação ao Orçamento Rectificativo, o líder parlamentar do BE escusou-se a tomar uma posição “antes de ver o texto do documento”.
“Veremos o que diz em concreto, porque tememos que ainda possa vir mais deste orçamento rectificativo”, acrescentou.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje numa declaração ao País um pacote de medidas que vão poupar nas despesas do Estado 4,8 mil milhões de euros, até 2015, que inclui o aumento do horário de trabalho da função publica das 35 para as 40 horas, a redução de 30 mil funcionários públicos e o aumento da idade da reforma para os 66 anos de idade, entre outras medidas.
O Governo pretende também criar uma contribuição sobre as pensões e prevê o aumento das contribuições para os subsistemas de saúde dos trabalhadores do Estado (nomeadamente a ADSE) em 0,75 pontos percentuais, já este ano e 0,25 % no início de 2014.
O primeiro-ministro anunciou ainda que o Governo pretende limitar a permanência no sistema de mobilidade especial a 18 meses e eliminar os regimes de bonificação de tempo de serviço para efeitos de acesso à reforma. (noticiasaominuto.com)