Em causa os efeitos e dificuldades resultantes da pandemia de covid-19.
Na análise, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da Moody’s dizem que 90% da descida nos ‘ratings’ dos bancos foi originada por uma degradação da notação financeira do país em que operam.
“Quase 90% das ações de ‘rating’ nos bancos africanos nos últimos seis meses foram tomadas no seguimento de uma ação de ‘rating’ sobre o país soberano”, nomeadamente em Angola, África do Sul e Namíbia, entre outros, apontam os analistas, que notam que só três dos 50 bancos do continente têm um ‘rating’ melhor que o do país em que operam.
“Os perfis de crédito soberano enfraquecidos limita a capacidade de apoiar os bancos nacionais e aumenta o risco de as autoridades importarem controlos de capital e congelamento de depósitos”, acrescentam os analistas.
As pressões que as economias africanas enfrentam e os perfis de crédito dos países têm um impacto significativo nos bancos africanos, parcialmente devido à grande exposição a ativos públicos, concluem os analistas.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 984.068 mortos e cerca de 32,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há 35.007 mortos confirmados em mais de 1,4 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.