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    Ataques perto do projecto de gás liquefeito em Cabo Delgado levantam incertezas quanto ao futuro

    Empresa Total suspendeu actividades e evacuou trabalhadores

    Os ataques no passado dia 1 dos insurgentes a cerca de cinco quilómetros do local onde a Total está a instalar uma central de gás natural liquefeito em Afungi, no distrito de Palma, província moçambicana de Cabo Delgado, levaram a companhia francesa a evacuar os funcionários estrangeiros e a enviar os trabalhadores moçambicanos para as suas áreas de origem.

    A empresa também suspendeu as actividades e, questionada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), respondeu ser “uma resposta à situação existente, incluindo os desafios em curso associados à Covid-19 e à situação de segurança no norte de Cabo Delgado”.

    “O ambiente operacional continua em avaliação contínua”, acrescentou o porta-voz da Total, que diz “manter uma comunicação permanente com as autoridades moçambicanas sobre o assunto”.

    Em Moçambique, analistas dizem que a redução do número de trabalhadores da petrolífera agrava ainda mais o nível de incerteza relativamente ao projecto de gás natural liquefeito, em Cabo Delgado.

    Para a economista e pesquisadora do Centro de Integridade Pública (CIP), Inocência Mapisse, a redução da força de trabalho vai ter graves implicações no calendário de execução do projecto.

    Mapisse avança que o nível de incerteza está a ficar cada vez mais elevado “pelo facto de os ataques estarem a ocorrer em locais muito próximos do projecto da Total, e conforme estão a sugerir algumas correntes de opinião, é provável que o projecto seja adiado, o que não é desejável”.

    “A execução do projecto vinha ocorrendo de forma satisfatória, mas quando se registam ataques a cerca de cinco quilómetros do acampamento de Afungi, fica-se sem saber se o projecto de gás natural liquefeito vai ser desenvolvido ou não”, afirma o analista Francisco Ubisse, para quem “o Governo deve encarar esta questão com muita seriedade”.

    Por seu turno, o também analista Alexandre Chiure considera bastante preocupante a situação “porque julgava que as empresas petrolíferas que operam em Cabo Delgado tivessem uma protecção especial”.

    Chiure anotou que a solução para o conflito em Cabo Delgado ainda vai demorar algum tempo, dado que a cooperação de Moçambique com o mundo na luta contra o terrorismo está a ser desenvolvida de forma muito lenta”.

    Entretanto, o ministro moçambicano da Defesa Nacional, Jaime Neto, garante que as Forças de Defesa e Segurança estão prontas para proteger não só Afungi como todos os locais que possam ser alvos de ataques terroristas.

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    FonteVoA

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