O ministro da Economia, Abrahão Gourgel, considerou hoje, quinta-feira, em Luanda, que o fortalecimento dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) poderá contribuir na redução das assimetrias entre os estados membros, através da exploração racional dos recursos naturais existentes.
O governante, que falava na abertura do Fórum Económico dos Palop, afirmou ser importante que a exploração racional dos recursos naturais seja feita para estabelecer ligações com o conjunto da economia.
Disse tratar-se de um esforço que requer participação activa da população na geração e na repartição do valor acrescentado, que não deve se circunscrever à condição de enclave.
Defendeu a necessidade de se tirar benefícios da vantagem comparativa resultante da dotação de recursos naturais em grande parte dos estados membros, tendo em vista a diversificação das respectivas economias e construir uma sociedade equitativa.
A agricultura e o agro-negócio, prosseguiu Abrahão Gourgel, oferecem o melhor exemplo potencial de valorização dos recursos por via da criação de riqueza e de postos de trabalho, aliado à agregação de valor nacional e a valorização das cadeias produtivas.
Para que tal objectivo se materialize, disse ser fundamental assegurar o surgimento e a consolidação de uma ampla base empresarial efectivamente nacional, assente no dinamismo e na competência.
“A estrutura empresarial que almejamos para os nossos países deve ter a participação destacada das micro, pequenas e medias empresas, cujo contributo para a criação de renda e emprego é reconhecido pelos estudos e pelas práticas internacionais”, frisou.
Referiu que a par das micro, pequenas e médias empresas quer-se um conjunto de grandes empresas e grupos empresariais capazes de marcar o ritmo da inovação, assegurara economias de escala e liderar as mudanças estruturais que se impõem.
Afirmou que a criação da Confederação Empresarial dos Palop tem potencialidades de crescimento acrescidas, uma vez que cada um dos estados membros está integrado em mercados em crescimento, entre os quais as comunidades de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a da África Central.
Para a consolidação desta comunidade dos Palop, realçou Abrahão Gourgel, torna-se fundamental reforçar a cooperação com os parceiros internacionais, da América, Europa, Ásia e da Oceânia.
O Fórum Económico dos Países Africanos de Língua Portuguesa, que Luanda acolhe hoje, realiza-se no âmbito da celebração do 10º aniversário da Conferência Empresarial da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP).
O evento visa promover o fortalecimento da classe empresarial africana de língua portuguesa e respectivas economias, bem como um desenvolvimento equilibrado da cooperação entre os agentes económicos públicos e privados do continente e de outros mercados do mundo.
Participam no evento, líderes políticos, membros de governos, representantes das associações empresariais e gestores de sucesso.
O fórum conta com a presença do novo membro da organização, a Guiné Equatorial. (portalangop.co.ao)
