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    Analistas advertem para o perigo de Angola entregar as suas empresas a estrangeiros

    Alerta é feito quando o Governo acelera o processo de privatizações

    O Governo angolano continua a privatizar activos do Estado, com várias empresas e participações a irem parar nas mãos dos privados.

    Por exemplo, 51 por cento de participação detida pelo Estado na empresa Net One Telecomunicações vão a concurso limitado por prévia qualificação para alienação.

    Analistas advertem para o perigo do país se tornar refém do exterior, pelas modalidades adoptadas.

    O especialista em matéria de regulação económica Miguel Vieira diz ser estranho que em áreas como as telecomunicações a primazia do concurso recaia em árabes do Magrebe e chama a atenção para a modalidade aplicada.

    “Do meu ponto de vista é só troca de donos, na prática não vão mudar nada esses novos donos estranhos, não vão agregar valor algum, quem é que tem capital em Angola?”, questiona Vieira, lembrando que apenas “marimbondos, podem comprar.

    “Acha que um dinamarquês ou sueco vai vir investir em Angola na situação em que nos encontramos? Não, aqui só vem libanês, num sector como o das telecomunicações, uma empresa árabe, libanesa é que ganha concurso?”, afirma em jeito de pergunta.

    Para aquele economista, “há uma ausência gritante de transparência, há muitas zonas cinzentas”

    Por seu lado, o jornalista William Tonet afirma que “o que este Governo está a fazer é um verdadeiro crime económico, uma neocolonização, neste momento os cidadãos do oeste africano que dominam o negócio micro e médio no país, até o sector informal começa a ser invadido”.

    Para Tonet, “esta gente que está a frente da economia nacional é complexada e pode vender o país, se um dia os muçulmanos decidirem tossir nós não comemos, eles dominam tudo agora com estas alienações”.

    O presidente da Associação Industrial Angola, José Severino, entende que não há outra saída, mas é preciso muito cuidado na metodologia de alienação.

    “Esta é a saída que temos tirar o peso morto da economia estatal mas é preciso não limitar o acesso ao concurso, criar mais elasticidade, dar possibilidade de opção a empresas nacionais ou as nacionais com parceria estrangeira”, defende Severino, lembrando que “a Nigéria faz isso o Ghana, o Quénia, porque, caso contrário, qualquer dia Angola fica totalmente dependente da gestão de empresas estrangeiras”.

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