Devido à crise provocada pela pandemia de Covid-19 e à sua fraca rentabilidade, a companhia franco-holandesa Air France-KLM, não fará mais voar os seus 9 Airbus A380, à semelhança do que fez a Emirates e a alemã Lufthansa.
Devido à crise despoletada pela pandemia de Covid-19, desde Março que a companhia franco-holandesa Air France-KLM, apenas cumpre entre 3 e 5% do seu programa habitual de voos, garantindo apenas 43 destinos e anunciou esta quarta-feira o abandono do voos com os pouco rentáveis 9 Airbus A380.
Até ao final de Junho e dependendo da evolução da pandemia, bem como das legislações sobre restrições de viagens, a companhia pensa regressar progressivamente à normalidade, mas prevê uma depreciação de 500 milhões de euros da sua frota, preço de base de um único A380.
Mas segundo a Air France o abandono da exploração dos seus A380 deve-se ao impacto global da depreciação deste avião, inaugurado há 15 anos e pensado como o sucessor do seu rival norte-americano, o mítico 747 da Boeing, mas que não é rentável.
O fim da sua produção previsto para 2022, será acelerado devido à crise do coronavírus e à queda brutal do tráfego aéreo.
O tempo de vida de um avião de linha é em média de 30 anos, o que permite amortizar os custos do seu desenvolvimento, mais de 18 mil milhões de dólares no caso de A380 e cada unidade custa cerca de 500 milhões de dólares, segundo o preço do católogo em 2018.
O A380, avião gigante de que 251 exemplares foram encomendados por 14 clientes, tem quatro reactores e consome mais um quarto de combustível por passageiro, em relação aos aviões de nova geração e emite mais CO2.
O governo francês condicionou o seu plano de 7 mil milhões de euros para salvar a companhia a esforços em termos de ecologia.
O Airbus A380 é muito pesado, comporta entre 575 e 850 passageiros, nos seus 550 metros quadrados de cabine, o que o torna pouco flexível e não lhe permite aterrar em qualquer aeroporto e é necessário enchê-lo a 100%, para que o voo seja rentável, mas não há passageiros.
Segundo especialistas o consórcio europeu Airbus, apostou em “hubs” nas megalópoles e não antecipou os bireactores de grande distância e capacidade média como o B787 “Dreamliner” da Boeing, que apostou em ligações directas.
Em conclusão o Airbus A380 custa mais caro do que os lucros gerados e tal como o Concorde, adorado pelos pilotos e passageiros, não foi devidamente apreciado pelas companhias aéreas ,à procura de rentabilidade rápida, ou seja foram dois enormes fracassos comerciais.