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    Actividade eléctrica na economia considerada quase insignificante

    A produção e fornecimento de energia eléctrica ainda têm um peso pouco significativo no conjunto da economia nacional

    A electricidade em Angola continua a manter um peso na estrutura económica nacional inferior a 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), reflecte o relatório 2011 sobre energia em Angola, apresentado na última semana pelo Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, numa Conferência Internacional realizada na sede da Empresa de Distribuição de Electricidade de Luanda (EDEL).
    Segundo revela o estudo, apesar de, desde 2002, se terem aumentado os investimentos públicos em barragens e em centrais térmicas, não se tem conseguido melhorar esse deficitário indicador do PIB, o que revela que o crescimento da indústria transformadora nacional se tenha feito, essencialmente, à custa de geradores, o que torna a organização e gestão dessas empresas mais difíceis, sujeitando-as a muitas imponderabilidades e à satisfação dos consumos das famílias muito deficitários.
    O estudo indica que a produção de electricidade “tem apresentado taxas de crescimento positivas”. Porém, “numa série estatística longa verifica-se que, em média, a sua dinâmica de variação tem sido inferior à da economia e, em particular, à do PIB não petrolífero”. Dessa maneira, estima que o crescimento económico fica “muito mais caro” e a aquisição de uma competitividade comparativa “adiada”.
    No quadro geral, desde 2004 o consumo de energia por habitante tem aumentado de ano para ano, mas os indicadores reflectem ainda uma situação real de subdesenvolvimento do sector de electricidade.
    Os preços da electricidade em Angola mantêm-se em níveis mais baixos que as tarifas praticadas em toda a África Austral e Oriental e, a agravar essa realidade, o sector tem um índice elevado de perdas de transporte e de distribuição e uma produtividade das mais baixas da região. O documento avança que, no ano de 2005, houve no país uma recuperação de custos estimada em pouco mais de 20 por cento, mas o sector tem necessitado de pelo menos 80% de incentivos do governo para se manter em funcionamento.
    O relatório reconhece que o Executivo tem pela frente importantes decisões políticas que, nos próximos anos, terão um grande impacto no desenvolvimento do sector eléctrico. No entanto, conclui que “a correlação entre produção de electricidade e crescimento do sector não petrolífero – que deveria ser forte e desfasada, no sentido da energia eléctrica ser um facilitador e dinamizador dos ramos produtivos transaccionáveis – é difusa e desencontrada no tempo”.
    Além do relatório, a conferência internacional “A energia em Angola” desenvolveu temas como “O mercado petrolífero mundial com enfoque no diferencial WTI/Brent”, “Aspectos do desenvolvimento do petróleo em África”, “A refinação a nível mundial depois da idade dourada dos anos 2004 – 2008” e “A temática do abastecimento de água a nível nacional”. Participação representantes institucionais e privados.

    Armando Estrela

    Fonte: Jornal de Angola

    Fotografia: M. Machangongo

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