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    Ucrânia: “Acabamos de abater um avião”, diz rebelde

    (REUTERS)
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    Governo da Ucrânia divulga a jornalistas internacionais interceptação de comunicação via rádio entre dois líderes separatistas; “Acabamos de abater um avião”, diz homem identificado como Igor; “O que tem ai?”, pergunta voz identificada como a de um major; “Pelo jeito, uma aeronave cem por cento civil”; queda de Boeing da Malaysia Airlines intensifica crise entre Estados Unidos e Rússia; Washington já aponta que míssil terra-ar abateu voo MH 17 da Malaysia Airlines, que voava a 10 mil metros de altura sobre território da Ucrânia; Moscovo diz que governo ucraniano não conseguiu deter avanço de rebeldes separatistas; embaixador do Brasil em Kiev, Antonio Fernando de Mello, afirmou à Bandnews que “rebeldes têm equipamentos de alta geração, como autopropulsores para lançar mísseis. Posso dizer que já foram dois os aviões abatidos aqui por mísseis, em altura considerável”; Inglaterra pede reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU; Presidente Vladimir Putin telefona para Barack Obama; diálogo áspero; russos suspeitam que míssil disparado em terra tenha buscado atingir avião em que Putin viajava de volta da reunião dos Brics, no Brasil

    (REUTERS)
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    Os Estados Unidos passaram a afirmar, ainda extra-oficialmente, às 18h23, que foi um míssil terra-ar que abateu o voo MH 17, da Malaysia Airlines, na rota Amsterdam-Kuala Lumpur, que sobrevoava o território da Ucrânia. O Departamento de Estado deverá se pronunciar nas próximas horas. Pró-EUA, o governo da Ucrânia classificou a tragédia que matou 295 pessoas em “ato terrorista”. A Rússia manifestou que o governo ucraniano não tem conseguido conter os rebeldes separatistas. Pela manhã, o presidente Vladimir Putin telefonou para Barack Obama. A conversa estava agendada em razão da terceira e mais dura rodada de sanções económicas, impostas ontem, por Washington contra empresas russas, mas ganhou uma moldura de dramaticidade com a queda do avião. Falando de improviso, Obama evitou no primeiro momento definir sua posição a respeito, optando por cautela. O vice-presidente Joe Biden, no entanto, transmitiu a jornalistas sua avaliação de que o voo fora abatido por um míssil.

    O Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia divulgou a jornalistas internacionais o conteúdo de um grampo telefónico feito supostamente sobre comandantes militares rebeldes. Eles dialogaram claramente sobre um ataque de míssil sobre um voo que, mais tarde, foi reconhecido como comercial. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou o chamado de técnicos da Holanda para investigarem as causas do acidente.

    O embaixador brasileiro na Ucrânia, Antonio Fernando de Mello, reconheceu em entrevista à Bandnews que os rebeldes têm armamento suficiente para abater aviões “em altitudes consideráveis”.

    – “Os rebeldes têm equipamentos de alta geração, como autopropulsores para lançar mísseis. Posso dizer que já foram dois os aviões abatidos aqui por mísseis, em altura considerável, superior a 3 mil metros de altura. Não estou dizendo que foram eles, mas que eles têm condições de fazerem isso.

    Abaixo, diálogo e vídeo divulgados pelo governo da Ucrânia a partir da interceptação de comunicação entre rebeldes separatistas:

    Igor Bezler: Acabamos de abater um avião. Grupo Minera. Ele caiu depois de Yenakievo. Vasili Geranin: Pilotos. Onde estão os pilotos? IB: Foram procurar e fotografar o avião. Tem fumaça. VS: Há quanto tempo isso aconteceu? IB: Uns 30 minutos atrás.

    Comentário do SBU: depois de examinar o local da queda do avião, os terroristas chegam À conclusão de que eles derrubaram uma aeronave civil. A próxima conversa acontece 40 minutos depois.

    Major: O pessoal de Chernukhin está examinando o avião. Aqueles cossacos [povo nativo das estepes das regiões do sudeste da Europa] que moram em Chernukhin. 

    Greek: Sim, Major. Major: O avião se despedaçou no ar. Na área da mina de Petropavlovskaya. O primeiro “200” [código que significa “pessoa morta”]. Encontramos o primeiro “200”. Um civil. 

    Greek: O que você tem aí? 

    Major: Pelo jeito, uma aeronave 100% civil. 

    Greek: Tem muitas pessoas aí? 

    Major: Put* mer**! Os destroços caíram nos quintais das casas! 

    Greek: Qual era o modelo da aeronave? 

    Major: Ainda não tenho certeza. Não estive no local da queda. Estou só vigiando o lugar onde caíram os primeiros corpos. Tem restos de peças internas, assentos e corpos. 

    Greek: Sobrou alguma coisa da arma? 

    Major: Absolutamente nada. Tem objectos civis, remédios, toalhas, papel higiénico. 

    Greek: Tem documentos? 

    Major: Sim, de um estudante indonésio. De uma universidade em Thompson.

    Abaixo, notícia anterior:

    A tensão entre as duas maiores potências nucleares do mundo subiu às alturas. A queda do Boeing da Malaysia Airlines, com 290 pessoas à bordo, na região da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, acentuou a crise de relacionamento entre o país do presidente Vladimir Putin e os Estados Unidos, de Barack Obama. A tragédia ocorre apenas um dia após o governo de Washington ter baixado um terceiro pacote de sanções contra empresas russas. As restrições foram classificadas por Moscovo de “uma vingança primitiva”.

    Pró-Estados Unidos, o governo da Ucrânia classificou a queda do avião como “um ato terrorista”. Rebeldes contrários à separação do país da órbita de influência da Rússia não assumiram a autoria do provável disparou do míssil que derrubou o jato. Fontes russas, porém, disseram à agência de notícias Rússia Today que o que houve, na verdade, foi uma tentativa de atingir o voo oficial em que o presidente Putin voava a Moscovo de volta da reunião dos Brics, realizada no Brasil entre a terça e a quarta-feira desta semana (aqui).

    Um telefonema que estava agendado entre Putin e Obama se deu na manhã de hoje em absoluto clima de tensão. Os dois presidentes falariam entre si sobre as sanções económicas, mas o fato novo ocupou o centro do diálogo. Em seguida, de improviso, Obama foi cuidadoso, sem entrar no mérito da autoria do possível disparo que abateu o avião. Os EUA ofereceram à Ucrânia ajuda para identificar as causas da tragédia.

    Companhias aéreas internacionais anunciaram que passarão a evitar o espaço aéreo da Ucrânia em suas rotas da Europa para a Ásia. Adoptaram esse procedimento a alemã Lufthansa, a Air France, a British Airways, a Alitalia, a russa Aeroflot e a turca Turkian Air Lines.

    Na região do acidente, as informações são de corpos em pedaços e destroços do avião espalhados por uma área de 15 quilómetros quadrados. Não houve sobreviventes. (brasil247.com)

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