Os serviços de segurança ucranianos abriram hoje um inquérito contra políticos que tentam “tomar o aparelho de Estado”, num contexto de protestos em massa contra o atual presidente, que escolheu a Rússia sobre a União Europeia como parceiro preferencial.
Os Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU) abriram um processo contra políticos indeterminados, investigando “as ações ilegais de certos políticos destinadas a tomar o controlo do poder estatal”, disse o porta-voz desta entidade à AFP.
Os políticos não foram nomeados, mas não parece haver dúvidas de que a investigação vai incidir principalmente sobre as figuras da oposição, que repetidamente pedem a demissão do Presidente, Viktor Ianakovitch, e encorajaram os manifestantes a bloquear os edifícios governamentais.
O porta-voz da SBU acrescentou ainda que a investigação tinha sido lançada ao abrigo de uma disposição do código penal ucraniano, que incide sobre ações destinadas a mudar a ordem constitucional recorrendo à violência, e que comporta uma pena de até 10 aos de prisão.
Já hoje, a filha da antiga Presidente, e que está agora na cadeia, Yulia Tymoshenko, disse aos manifestantes que enchem uma das principais praças de Kiev, para destronarem o atual Presidente, enquanto o líder dos protestos, Yatsenyuk, defendeu o bloqueio dos edifícios governamentais.
A ex-primeira-ministra e opositora ucraniana Iulia Timochenko exigiu hoje a resignação imediata do Presidente Viktor Ianukvitch, numa declaração lida pela sua filha perante milhares de manifestantes que durante a tarde se mantinham concentrados numa praça de Kiev.
No sábado, a oposição ucraniana acusou o presidente Viktor Ianukovitch de planear a assinatura em breve de um acordo de adesão da Ucrânia à União Aduaneira das Antigas Repúblicas Soviéticas, liderado por Moscovo, e ignorar os protestos de milhares de manifestantes.
“De acordo com as nossas informações, o projeto de acordo sobre a parceria estratégica [com a Rússia] está pronto, mas Ianukovych não se atreveu a assiná-lo”, disse à France Presse um dos líderes do partido da oposição, Arseniy Yatsenyuk, durante uma conferência de imprensa em Kiev.
Para dia 17 está prevista uma reunião da comissão interestadual russo-ucraniana em Moscovo, acrescentou o líder da oposição. (noticiasaominuto.com)