A Tunísia anunciou neste domingo que medidas de segurança já foram tomadas para proteger peregrinos judeus em um festival religioso previsto para a próxima semana na ilha de Djerba, um dia depois de Israel ter alertado para a existência de “ameaças concretas”.
O primeiro ministro israelita, Benjamin Netanyahu, informou no sábado que Israel tomou conhecimento de “ameaças concretas” de ataques terroristas contra alvos judaicos e israelitas no país norte-africano, o que motivou uma rápida negativa de Tunis.
O ministro do Interior tunisino Najem Gharsalli disse a jornalistas no balneário de Djerba, que sedia uma peregrinação anual a al Ghriba, a sinagoga mais antiga da África, que forças de segurança e o exército estão de prontidão.
“Eles estão aqui e o plano de segurança está em andamento” para a peregrinação de 6 e 7 de Maio.
“A Tunísia é um país seguro e Djerba também é uma cidade segura. Visitantes de todo o mundo são bem-vindos”, disse Gharsalli.
“O que eu estou dizendo agora é uma resposta a muitos que duvidam da segurança da Tunísia e de sua capacidade para garantir celebrações seguras”, acrescentou.
Um comunicado publicado na noite de sábado pelo gabinete do primeiro ministro Netanyahu destacou: “informações indicam para a existência de planos de ataques terroristas contra israelitas ou judeus na Tunísia” e que os indícios estariam vinculados com a peregrinação.
Milhares de peregrinos visitam as tumbas de famosos rabinos durante o Festival Judaico Lag Baômer, assim como a ilha de Djerba, onde ainda vive uma das últimas comunidades judaicas do mundo árabe.
Começando 33 dias depois do início do festival da Páscoa judaica, a peregrinação a Ghriba costumava atrair milhares de visitantes de França e Israel, assim como de outros países.
Mas seu número caiu drasticamente depois de atentado em Abril de 2002, atribuído à rede Al-Qaeda, que matou 21 pessoas.
Diz a lenda que a sinagoga de Ghriba foi fundada em 586 antes de Cristo por judeus que fugiam da destruição do Templo de Salomão em Jerusalém.
A Tunísia contabiliza actualmente 1.500 judeus, em comparação com uma estimativa de 100 mil quando a Tunísia se tornou independente, em 1956.
O Bureau de contra-terrorismo israelita informou que está aconselhando as pessoas a evitar visitar a Tunísia em virtude destas ameaças.
Mas Gharsalli insistiu em que a Tunísia é capaz de proteger os visitantes “melhor do que qualquer outro país”. (afp.com)