O presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Electricidade (ENE), Carlos José Neves, informou ontem em Luanda que as restrições no fornecimento de energia à capital terminam quando as chuvas começarem a cair com quantidade e regularidade.
Carlos José Neves disse que os sucessivos cortes de energia têm um impacto negativo na população. “O Instituto Meteorológico prevê que, a partir de 25 de Outubro, as chuvas vão cair com regularidade e, nessa altura, esperamos retomar o fornecimento de energia sem nenhum problema”, acrescentou Carlos José Neves.
O presidente do conselho de administração da ENE informou que é impossível determinar uma data para solucionar definitivamente o problema, uma vez que as chuvas têm de ser frequentes, “mas até Novembro ou Dezembro tudo volta à normalidade”.
Carlos José Neves disse que uma das causas nas restrições na cidade de Luanda é o baixo nível dos caudais na albufeira de Capanda, por isso a central hidroeléctrica não está a funcionar a cem por cento da sua capacidade: “Capanda tem uma potência de 520 megawatts. O baixo nível de água na albufeira da barragem faz com que funcione apenas com um grupo de 86 megawatts”.
Centrais térmicas
Questionado sobre a construção de centrais térmicas para suprir as necessidades da população, Carlos José Neves afirmou que na zona do Benfica já entrou em funcionamento uma central térmica com uma capacidade de 40 megawatts, que alimenta algumas zonas sob tutela da Edel: Lar do Patriota e Ramiros.
“É uma central que entrou em funcionamento para melhorar o fornecimento e reduzir as restrições. Outras centrais entram em funcionamento até Dezembro “o que permite injectar na rede de Luanda 255 megawatts, o que minimiza as restrições no fornecimento de energia”, destacou Carlos José Neves.
O presidente do conselho de administração da EDEL, Hélder Adão, explicou que a empresa está a viver um momento difícil face ao défice na oferta de energia: “temos zonas ainda sem abastecimento de energia eléctrica, devido à baixa produção”.
Hélder Adão disse que “antes da crise actual a oferta não cobria a procura, por isso o Executivo vai até 2017 aumentar a produção para resolver o problema energético”.
O programa do Executivo prevê a construção de várias infra-estruturas e novos aproveitamentos hidroeléctricos como a central de ciclo combinado do Soyo, além da electrificação das sedes municipais.
Hélder Adão reconhece que a distribuição de energia é caracterizada por uma grande irregularidade no fornecimento. Por isso foi elaborado um programa de restrição, que tem sido difícil cumprir na íntegra. Porque além do défice, o sistema é instável e afecta a produção de água pela EPAL.
“Há centrais térmicas na cidade de Luanda em funcionamento que vão alimentar apenas zonas específicas até resolvermos esta situação energética”, destacou Hélder Adão.
O presidente do conselho de administração da EPAL, Leonídio Ceita, informou que a falta de água tem a ver com os sistemáticos cortes de energia que ocorrem na cidade de Luanda: “criámos um gabinete de risco, que,nos últimos dias, tem coordenado com a EDEL a disponibilidade de energia às instalações da EPAL para termos esta situação resolvida”.
Leonídio Ceita informou que as restrições acontecem sem aviso prévio, mas o abastecimento começa todos os dias das quatro da manhã até às 12h00, período em que as estações vão bombear água para os centros de distribuição, que a fazem chegar aos consumidores: “escolhemos este período porque é quando as crianças vão para a escola e os pais vão trabalhar”.
O presidente do conselho de administração da EPAL garantiu que com a entrada em funcionamento do sistema eléctrico, o sistema de fornecimento de água volta à normalidade.
E apelou à população para racionar água porque a distribuição está dependente da energia.
Fonte: JA
