O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, sugeriu, esta sexta-feira, a criação de incentivos aos órgãos de comunicação social privados, para o fortalecimento da classe jornalística no país.
O sindicalista intervinha no encontro que o Titular do Poder Executivo, João Lourenço, proporcionou aos representantes da sociedade civil, no âmbito das estratégias de combate à covid-19 que assola o país e o mundo.
Indicou que a principal receita dos órgãos de comunicação social privados é a publicidade. “Por isso, não havendo publicidade não há receitas”.
Teixeira Cândido sublinhou que, por conta disso, o sector vive dificuldades e está na iminência de despedimentos.
Disse ter apresentado tal proposta, por entender que é dever do Governo ajudar o sector privado da comunicação social.
“Temos chefes de famílias que têm na actividade jornalística a sua única fonte de receita”, vincou.
Notou que outros países têm estado a adoptar a publicidade institucional como uma das vias. “Podemos, inclusive, reclamar um direito que nos assiste há 30 anos”.
Lembrou que as primeiras leis de imprensa já previam incentivos à comunicação social.
“Há trinta anos que o sector privado espera pela concretização deste incentivo. E nunca o tivemos”, lamentou.
Destacou, entretanto, a iniciativa do Governo de querer fomentar a produção local e aliviar a carga fiscal de algumas empresas.
O secretário-geral do SJA propôs, também, a implementação de uma linha de crédito para a aquisição de mini-gráficas, que pudessem ser geridas por cooperativas de jornalistas e capazes de fomentar a imprensa, principalmente os jornais.
A seu ver, não faz sentido que o país em 1974 tinha quatro diários, volvidos quase 50 anos de independência tem apenas um “diário e meio”, Jornal de Angola e o País, que sai ciclicamente.
Entende que não se pode pensar numa economia desenvolvida e de grande expressão sem órgãos de comunicação social à altura.
Por outro lado, o representante dos sociólogos de Angola, Paulo de Carvalho, observou que graças à covid-19 os angolanos estão a perceber as suas origens enquanto humanos, ou seja, a “limpeza das mãos e dos meios que nos rodeiam”.
Considerou correcta a decisão de terminar o Estado de Emergência (EE), visto que estava a ser banalizado pelos cidadãos.
Já o Presidente da Associação das Instituição Privadas de Ensino Superior, Filipe Zau, entende que o regime de preços vigiados, na liberalização da economia, não deveria ter aplicação nas instituições privadas.
Para si, tal pressuposto condiciona a autonomia financeira e vai contra a livre iniciativa e a livre concorrência, porque impede a competitividade das instituições que têm de se afirmar nos rankings nacional.
Fez saber que cerca 72 por cento de todos os estudantes do ensino superior encontram-se matriculados em instituições privadas, cujo interesse público de formação de quadros as torna em parceiras do Estado.
Importância da diversificação da economia
Ainda no sector da educação e do ensino, a professora universitária, Laurinda Hoygaard, destacou, no encontro, a importância da diversificação da economia, como factor impulsionador do crescimento e do desenvolvimento do tecido industrial do país.
Em representação dos académicos angolanos, Laurinda Hoygaard sublinhou a urgente necessidade da reabilitação das estradas do país, a fim de melhorar o escoamento dos produtos do campo para a cidade.
Em representação das Igrejas Cristãs de Angola, Deolinda Teca, felicitou o Governo pelas medidas atempadas no combate a covid-19 e sugeriu a criação de um Banco Alimentar, a implementação de subsídio ao desemprego e reforço da assistência alimentar às famílias.
Tingão Mateus, representante do Conselho Nacional da Juventude, disse que os jovens angolanos estão muitos afectados pelos efeitos negativos da covid-19, tendo considerado que este factor reduziu de forma drástica o poder de compra das famílias.
O líder juvenil solicitou a inclusão produtiva dos jovens e a aplicação dos planos previstos para essa cama da sociedade.
Já Fernanda Azevedo, que no encontro com o Presidente da República representou a Federação das Mulheres Empresárias de Angola, sugeriu medidas mais eficazes para agilizar o financiamento ao sector empresarial.