Enquanto as forças do ditador sírio, Bashar al-Assad, continuam bombardeando posições rebeldes em todo o país, a Rússia encerra os preparativos para o envio de dois navios de desembarque de soldados, que devem zarpar rumo ao porto sírio de Tartus com o objetivo de garantir a defesa dos interesses nacionais da Rússia no país árabe, conforme anunciou nesta segunda-feira um porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas russas à agência Interfax.
“A tripulação dos navios Nikolai Filchenkov e do Cesar Kunikov pode garantir, se for necessário, a segurança dos cidadãos russos e evacuar parte do material do ponto de manutenção técnico” que é o porto de Tartus, explicou o porta-voz militar. O oficial esclareceu que a ordem de preparar os navios para a missão chegou repentinamente.
O porto sírio de Tartus, que acolheu uma base soviética nos tempos da Guerra Fria, é atualmente um centro de manutenção e abastecimento para a frota russa do Mar Negro.
Comissária da ONU quer julgamento para responsáveis pela violência
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, acusou mais uma vez o regime de Damasco de crimes contra a humanidade e defendeu que os autores das violências na Síria sejam julgados pela justiça internacional, incluindo os que atacaram a missão de observadores da ONU. Na abertura da vigésima sessão do Conselho dos Direitos Humanos, nesta segunda-feira, em Genebra, Pillay disse que o governo sírio deve parar imediatamente com os bombardeios e o uso de armas pesadas em zonas habitadas, pois esse tipo de ação equivale a crimes contra a humanidade e possíveis crimes de guerra.
No sábado, os observadores da ONU suspenderam sua missão na Síria por consideraram estar em risco pela escalada de violência.
O subúrbio de Duma, na periferia de Damasco, continua sob intenso bombardeio do regime. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos já contabilizou 23 mortos na manhã de hoje na Síria, sendo sete vítimas em Duma.
Bilaterais sobre a Síria dominam agenda paralela do G20
A situação na Síria estará no centro das reuniões bilaterais paralelas à agenda do G20, que começou hoje no México. O presidente americano, Barack Obama, e a presidente Dilma Rousseff têm previstas reuniões hoje com o presidente russo, Vladimir Putin, em Los Cabos, no México.
Fonte: RFI