Jornal Extra
Dois agentes da Supervia e um dos policiais militares acusados de abusarem sexualmente de dois jovens na estação Maracanã, no último domingo, foram presos nesta sexta-feira. O outro PM que foi identificado pelas vítimas ainda está sendo procurado.
Uma reunião convocada pela Defensoria Pública do Rio, na tarde desta sexta-feira, com representantes da Supervia, empresa responsável pelos trens do Rio, e parentes dos dois jovens abusados sexualmente no último domingo na estação do Maracanã, na Zona Norte, terminou sem um acordo formalizado. Mas, segundo os defensores públicos, a empresa se mostrou disponível a negociar um acordo por danos morais às famílias.
O defensor público Rodrigo Pacheco afirma que os dois jovens relataram que foram obrigados a rolar em fezes e urina que tinham no local onde o vídeo foi feito, ainda antes de terem sido obrigados a praticar sexo oral um no outro.
— Isto mostra o sadismo dos agentes — afirmou Rodrigo.
Ele revelou, também, que a dupla diz estar sofrendo ameaças de policiais militares no município onde moram, em Paracambi, na Região Metropolitana do Rio, cidade próxima a Japeri. Eles contam que, quando passaram em frente a policiais militares da região, eles mostraram a arma e fizeram comentários debochados sobre o vídeo.
Visivelmente abalada ao lembrar do que aconteceu com seu filho, uma das mães relatou que perdeu seu emprego devido à toda a confusão. Ela conta que, no domingo, quando tudo aconteceu, o rapaz chegou um tanto quanto desorientado e com um forte odor, mas não quis contar o que havia acontecido.
Ela confirmou que o filho conhecia o outro jovem há anos e que foram ao local para comprar droga. A mãe també contou que soube do vídeo porque seu outro filho, mais velho, recebeu e enviou a ela.
— Estou vivendo à base de remédios, e ninguém da Supervia veio nos procurar até agora. Eles não encontraram os meninos com drogas, e, se tivessem, deveriam ter mandado para a delegacia, não fazer o que fizeram — desabafou.
A outra mãe, igualmente fragilizada, disse que soube da situação por vizinhos que começaram a questiona-la. Ela lembra que, no domingo, o filho chegou a comentar que tinha apenas apanhado. Ela conta que por causa dos comentários vexatório avalia em sair do estado
— Quero que isso tudo acabe, que eles possam superar e tocar a vida normalmente — desabafou.