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    Oficiais do SINSE e do SIC acusados de usurpar terreno no Zango

    O cidadão Alfredo Faustino, acusa militares ligados ao SINSE, localizados na unidade do Kilamba, e também um suposto oficial do Serviço de Investigação Criminal (SIC) que se auto intitula ser sobrinho de Eugénio Laborinho, Ministro do Interior, de quererem usurpar o seu terreno localizado por detrás do supermercado Alimenta Angola do Zango 0 em Viana, de tentarem raptar e de fortes ameaças de morte.

    Por: Diniz Kapapelo

    Alfredo Faustino, em entrevista ao Portal de Angola, esta quarta-feira, 11, denunciou o que considera tentativa da sua eliminação física por parte dos senhores Afonso Paulo, com quem tinha celebrado um contrato de parceria para a construção de algumas residências no seu espaço de 10 hectares, em Viana, na zona do Zango e um grupo de comparsas seus, entre eles, Paulo Necássio, fiscal de Viana e Paulo Vaz, antigo chefe da Fiscalização de Viana, exonerado recentemente do cargo pelo actual administrador de Viana por alegados actos irregulares de expropriação de terras em Viana enquanto responsável da fiscalização.

    “Do grupo que me querem ver morto e que tinham engendrado, no ano passado, uma tentativa de rapto, constam ainda um indivíduo que se auto intitula oficial dos serviços de inteligência, apenas identificado por ‘Gato’ e um outro que diz ser sobrinho do General Laborinho, o ministro do Interior, de nome Raimundo e que anda com uma viatura Hammer. Ele diz ainda que é um oficial do SIC”, denunciou, para depois dizer que o terreno de 10 hectares, localizado no zango 0 é sua pertença desde os anos 80 e tem todos a documentação que comprovam a sua titularidade, sendo que está registado no GADHAK, no distrito do Zango e também na Administração municipal de Viana.

    Com base em alguns contactos efectuados, conseguiu um parceiro para erguerem 200 residências, sendo que, o contrato cingia, posteriormente, na divisão de 100 residências cada um.

    “Foi com base nesse acordo que conseguimos, por via do meu parceiro Gaspar Miguel Capita, construir algumas habitações sem problemas nenhum, já que o contrato de parceria entre nós foi feito perante algumas testemunhas e familiares de ambas as partes, incluindo no GADHAK que, na altura, era o gabinete que facilitava o reconhecimento dos terrenos e tudo mais”, explicou, sublinhando que, para sua tristeza, o socio adoeceu e acabou por falecer.

    Entrada de burladores no negócio

    Sem querer ver o seu projecto morrer sem ter começado, Alfredo Faustino falou com a família do malogrado sócio, no sentido de se dar seguimento ao projecto, já que, estão construídas apenas 52 residências das 200 propostas.

    “Foi assim que eles localizaram outras pessoas que nos pudessem ajudar a construir as casas, já que, tanto eles como eu não tínhamos condições financeiras para suportar as obras. Foi assim que entra o senhor Afonso Paulo, suposto empresário do ramo de construção para fazer as obras e depois fazermos a referida divisão das casas”, sublinhou, para depois estranhar que esse suposto empresário surge com homens ligados a fiscalização de Viana que, supostamente, também estavam interessados no negócio por ser algo viável.

    “Mas ele, o próprio Afonso Paulo não aceita e foi assim que, ao fazer o muro frontal, vê a obra embargada pelos seus próprios amigos”, disse, garantindo que, o embargo da obra não passou de um mero teatro para fazê-lo parar com as obras e se dar outro destino ao projecto.

    Com base em alguns contactos efectuados, conseguiu um parceiro para erguerem 200 residências, sendo que, o contrato cingia, posteriormente, na divisão de 100 residências cada um.
    (Diniz Kapapelo)

    SINSE vira dono do terreno misteriosamente

    Segundo conta, depois de ter sido sequestrado por Afonso Paulo e o suposto oficial do SIC, conhecido por Raimundo, que bate no peito a dizer que é sobrinho do Ministro do Interior, ao volante do seu hummer e na companhia de outros indivíduos que não conhece, surgiu a história de que o terreno já não era seu, mas sim, do SINSE.

    “Foram a minha busca no hospital do Zango, onde me encontrava com a criança doente, a pretexto de que iriam me ajudar com alguns valores, e assim que subimos numa viatura L200, dirigimo-nos para o local onde estava esse tal senhor Raimundo que diz ser do SIC e sobrinho do Eugénio Laborinho. Puseram-me na viatura dele e, eu a pensar que iriamos ao banco da zona do VianaPark começaram a dar um monte de voltas comigo e a acusarem-me de ter burlado 13 milhões ao Afonso Paulo”, denunciou, garantindo que o pior só não aconteceu porque, tinha um telemóvel escondido com o qual alertou os seus familiares que tinha sido sequestrado por eles, situação, entretanto, confirmada pelos familiares que ligaram de imediato aos sequestradores dando-lhes a conhecer que já sabiam de toda trama.

    Nesse momento, garante, tem sido impedido de entrar no seu terreno por causa de um suposto oficial dos Serviços de Inteligência, identificado por ‘Gato’, a mando do seu chefe apenas identificado por ‘Necássio’, por sinal, irmão de Paulo Necássio o fiscal da administração de Viana que teria embargado a referida obra.

    “Infelizmente, ao ver que na administração não vou conseguir resolver a minha situação, já que, quem está metido são pessoas da própria administração em conluio com alguns militares e polícias, a solução é mesmo denunciar à imprensa e a quem de direito porque a minha vida está em risco e posso perder o património da minha família”, apontou.

    Com base em alguns contactos efectuados, conseguiu um parceiro para erguerem 200 residências, sendo que, o contrato cingia, posteriormente, na divisão de 100 residências cada um.
    (Diniz Kapapelo)

    Suposto SINSE intimida jornalistas

    Quando fazíamos a reportagem no referido espaço, onde se encontram construídas as 52 residências, surgiu no local um indivíduo que se auto intitulou de ser oficial de campo do Serviço de Inteligência com o intuito de impedir o trabalho que estava a ser feito pelos jornalistas.

    Nesse sentido, apresentou-se como Bonifácio Gerónimo, mais conhecido por ‘Cabilá’, sob o pretexto de ter recebido uma denúncia segundo a qual alguns invasores estavam no espaço que pertence ao SINSE.

    Segundo disse, o terreno em causa pertence ao SINSE. “Mas não sei se o SINSE comprou no mais velho ou noutra pessoa. Só sei que agora este espaço está em litígio e ninguém pode vir aqui”, explicou, ao descer da viatura com tom arrogante e com um outro militar empunhando uma arma de fogo do tipo AKM, sendo que, apenas um militar, por sinal um jovem em formação nos serviços de inteligência é que estava fardado com a farda de formação.

    Entretanto, enquanto falava com alguns jornalistas, foi quando foi identificado pelos familiares de Alfredo Faustino como sendo o tal senhor ‘Gato’, que diz ser do SINSE e que é amigo das pessoas que pretendiam raptar o dono do espaço.

    Para ver o seu problema resolvido, Alfredo Faustino tem estado a encetar contactos com a mais alta estrutura dos Serviços de Inteligência no sentido de denunciar este caso que, em abono da verdade, mancha todo um trabalho das altas patentes daquele órgão.

    O Portal de Angola, está a acompanhar este caso que, por imperativo do cidadão Alfredo Faustino estar a correr perigo de vida, está a ser divulgado com toda urgência possível no sentido dos Serviços de Inteligência tomarem conhecimento do que está a acontecer em Viana, mais precisamente no Zango 0.

    Denunciar o envolvimento de cidadãos ligados a Polícia Nacional e as Forças Armadas Angolanas na usurpação e esbulho de terrenos de cidadão, com a convivência de funcionários das administrações isso ficou provado, mais uma vez, esta semana.

    A pergunta que não se quer calar…

    Entretanto, Alfredo Faustino, desafia os seus detractores, no caso, os supostos oficiais do SINSE e também do SIC a provarem que o espaço em questão pertence a esse organismo do Estado, na medida em que, nunca vendeu o seu espaço ao SINSE e também não está a ver este órgão a comprar um espaço a um cidadão no meio do mato.

    “Esses anos todos estamos aqui a construir as residências e os muros de vedação e nunca o SINSE veio impedir a construção das casas alegando que o espaço era seu. Hoje, depois de termos a zona quase habitada, com 52 casas construídas aparecem esses usurpadores de terras a tentarem me matar para ficarem com o património que estamos a construir para as nossas famílias”, denunciou, esperando que as autoridades, tanto as policiais quanto as militares, afectas, ao Serviço de Inteligência actuem rapidamente para deter os usurpadores.

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