O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, é o vencedor do Prémio Confúcio da Paz, por ter injectado uma “energia renovada” na harmonia global, segundo justificou o júri.
Qiao Damo, presidente do Júri e fundador do Centro Internacional da China de Estudos da Paz, que atribui o prémio, disse à agência France Presse (AFP) que Mugabe tinha sido reconhecido pelas suas “importantes contribuições” para a paz mundial.
Mugabe, 91 anos de idade e na liderança do Zimbabwe desde 1980, ultrapassou nove outros finalistas, incluindo o fundador da Microsoft Bill Gates, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon e a Presidente sul-coreana Park Geun-Hye, adiantou.
Criado em 2010 como uma resposta chinesa ao Nobel da Paz atribuído ao dissidente chinês Liu Xiaobo, o Prémio Confúcio da Paz já recompensou, entre outros, o Presidente russo Vladimir Putin, o ex-Presidente cubano Fidel Castro e Kofi Annan, antigo secretário-geral das Nações Unidas.
Num comunicado anunciando o prémio em Setembro, o comité elogiava Mugabe pelo seu envolvimento “na construção da ordem política e económica do país em benefício do povo do Zimbabué” e pelo “forte apoio ao pan-africanismo e independência africana”.
Qiao destacou a “capacidade (de Mugabe) para estabilizar o Zimbabwe e ao mesmo tempo promover a paz em África” como presidente da União Africana.
Grupos de defesa dos Direitos Humanos e políticos da oposição zimbabweana acusam Mugabe de supervisionar a “destruição da economia” e a “brutal repressão” no país.
Gordon Moyo, secretário-geral do Partido Democrático do Povo (oposição), considerou o prémio uma “insanidade”.
Os organizadores do prémio, adiantou Moyo, “deviam enforcar-se de vergonha por recompensarem assassinos que se disfarçam de promotores da paz”.
A cerimónia de entrega do prémio, no valor de 500.000 yuan (cerca de 3,3 milhões de meticais), está marcada para Dezembro próximo. (jornalnoticias.co.mz)