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    Moçambique: Vítimas de ciclone tentam o regresso à normalidade após Idai

    Na província de Tete as famílias vítimas do ciclone Idai, aos poucos, vão acordando do pesadelo para encarar a nova realidade. Lutam pela sobrevivência e tentam ao mesmo tempo recuperar os seus pertences.

    Rasto de destruição
    Estima-se que mais de cinco dezenas de casas ficaram completamente destruídas pelas inundações dos rios Rovúbwe e Zambeze, na cidade de Tete. Foram mais 9 mil pessoas afetadas pelas cheias em toda província de Tete. Muitas das quais, foram desalojadas das suas casas.

    Ainda há casas inundadas
    Há também muita água estagnada no interior de algumas casas. Muitos bens perdidos. Contabilizam-se também muitos prejuízos materiais.

    Limpeza das famílias
    Várias famílias estão a regressar aos poucos às zonas de origem, mesmo que sejam consideradas de risco. No Bairro Chingodzi, unidade 03 de Fevereiro as poucas casas que resistiram à fúria das águas do rio Rovúbwe, ainda continuam cheias de lama. Os proprietários esforçam-se em limpezas. Em algumas casas a lama chegou a atingir um 1 metro de altura. Acabando por soterrar muitos bens.

    Regressar a casa mesmo que seja em zona de risco
    Tatos Fernando, 29 anos de idade. Teve uma casa completamente alagada. Não desmoronou mas tem muitas fissuras. Agora está a construir uma nova casa. Reconhece que está numa zona de risco. Está disponível a abandonar a zona caso o município de Tete e o governo lhe dê um espaço numa zona segura.

    Muitas aulas perdidas
    Nino Alferes – é um rapaz de 12 anos de idade. Hoje a sua grande preocupação é recuperar as aulas perdidas. Até porque sabe que não será nada fácil. “Perdi todos os meus livros e muita matéria está perdida”, diz Nino. A semelhança de Nino há muitas crianças que perderam tudo e estão a começar do zero.

    Medo de Crocodilos e Erosão
    Francisco Martinho é um dos sobreviventes. Teve a sua casa alagada, mas resistiu. Tenta recuperar muitos documentos e livros que se molharam devido a invasão das águas. A sua casa corre sérios riscos de desabar devido a erosão sobre o rio Rovúbwe, mas também tem medo de crocodilos, “basta dar 18 horas toda família fica dentro da casa, porque de repente podem aparecer aqui crocodilos”, relatou.

    Centro de Reassentamento de Chimbonde
    Neste momento, está a ser montado um centro de reassentamento, na região de Chimbonde, cerca de 15 Km do centro da cidade e Tete. No local já estão alojadas mais de 80 famílias. Foram igualmente demarcados mais de 140 talhões. Mas há ainda talhões por demarcar, segundo Richard Baulene. O outro centro será montado no bairro Mpádue.

    Garantidos serviços básicos em Chimbonde
    No centro de reassentamento de Chimbonde, cada família recebe uma tenda, feita com lonas, fixadas em estacas, num talhão de 15/20 metros. No local estão garantidos alguns serviços básicos, como água, saneamento de meio, serviços sanitários e está para breve a eletrificação da zona.

    Chegam mais famílias no Chimbonde
    Não obstante os desafios que lhes esperam pela frente de reiniciar a vida numa nova zona os reassentados de Chimbonde mostram-se felizes por considerar o local seguro. No centro, a DW ÁFRICA encontrou mais de 30 voluntários da Cruz Vermelha que estão ajudando na construção das tendas improvisadas para os reassentados.

    Famílias continuam abrigadas
    Na cidade de Tete, mais de 600 famílias estiveram abrigadas no Centro de Acomodação da Escola Comercial e Industrial de Matundo. Em Tete foram montados 5 centros dos quais 3 nos distritos de Mutarara e Doa. Continuam abrigadas no centro da Escola Industrial de Matundo mais de 200 famílias, cerca de 1000 pessoas. Algumas famílias estão em tendas, mas outras dormem num salão multi-uso da escola.

    Erosão Pós-cheias
    Jorge Mafalauzi, tem 30 anos de idade. É pai de 4 crianças. Sabe que tinha uma casa de 3 quartos. A água levou tudo. Pior ainda, agora não consegue chegar onde era sua casa, porque devido à erosão o lugar foi invadido pelo leito do rio Rovúbwe. Mafalauzi vive numa tenda oferecida pelo INGC, próximo da sua antiga casa, nas bermas do rio Rovúbwe e fala de falta de mais apoios do Instituto.

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