A consultora BMI International considerou hoje que o regresso potencial do “El Niño” no final deste ano coloca em perigo a produção agrícola em vários países africanos, entre os quais estão Moçambique, Zâmbia e Tanzânia.
“As secas intermitentes, especialmente no sul de África, significam que a segurança alimentar nalgumas áreas já é precária e salientamos Moçambique, Zâmbia e Tanzânia como países particularmente expostos a esta ameaça”, lê-se numa análise divulgada hoje por esta consultora do grupo da agência de “rating” Fitch.
O regresso do El Niño no final deste ano é uma possibilidade, e o ressurgimento deste fenómeno metereológico que surgiu em 2015 faz temer novamente o aquecimento das temperaturas no Oceano Pacífico e tempo seco ao sul e este de África.
“A colheita de 2016/2017, que está atualmente em curso ou já completa, vai ser poupada ao padrão meteorológico do “El Niño”, mas poderá atingir a região a partir do segundo semestre deste ano”, alertam os analistas.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o El Niño representa o “aquecimento anómalo das águas superficiais do setor centro-leste do Oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial”, sendo apresentado como “um fenómeno oceano-atmosférico que afeta o clima regional e global, e que afeta a circulação geral da atmosfera”.
O El Niño “é responsável por anos considerados secos ou muito secos, é caracterizado por variações na atmosfera sobre a região de águas aquecidas e o fenómeno El Niño ocorre em intervalos médios de quatro anos e persiste de 6 a 15 meses”. (Lusa)
por MBA // VM