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    Micro e pequenas empresas são as prioridades actuais para elevar o índice de desenvolvimento humano

    (Foto: JEF)
    (Foto: JEF)

    É em tempos de recessão, arriscar-se no plano dos negócios macroeconómicos significa surfar num mar de tubarões e torcer para que não haja arranhões. Ou então, e se acreditarmos que é possível dar um tiro certeiro no escuro, significa, além de optimismo, uma pretensão estapafúrdia e arriscada que pode envolver outros estragos e consequências desnecessárias.

    Na minha opinião é necessário apostar contundentemente em pequenos negócios para movimentar a economia local e, não é actualmente uma boa estratégia investir em macroeconomia devido, quer às taxas inflacionadas, quer à alta do dólar e à sua escassez: ao fim e ao cabo, esta aposta não trará rentabilidade à economia nacional e pode comprometer a balança comercial (com saldo negativo)

    A economia angolana tem de olhar para (e apaniguar) o seu próprio umbigo, ou seja, olhar para o seu mercado local até que passe a cortina de fumaça que obscurece o crescimento económico global. Ao mesmo tempo, tem de traçar os novos planos reestruturais para suprir as carências emergenciais que impedem a ascensão social do perfil específico marcado pela pobreza, isto é: a mulher pobre. Por outras palavras, uma política assistencial focada em intersecionalidade(que envolva mulher e pobreza).

    E, especificamente, olhando para o potencial de mão-de-obra intermitente das mulheres: são a maioria da população angolana que busca cada vez mais espaço, também no mundo dos negócios – tanto no sector formal quanto no informal – e compõem um quadro expressivo e/ou superlativo na economia dita “informal”.

    Ora, com mais políticas de microcrédito e incentivos fiscais, esta economia dita “informal”, poderia ser regulamentada na sua totalidade (e com baixos juros) de forma a poder captar mais recursos aos cofres do Estado e, ao mesmo, beneficiar e satisfazer a economia de subsistência.

    Todavia, os jovens e as mulheres compõem um substrato sobrante e flexível, com contratos informais e frouxos na economia de mercado, e submetem-se às normas da terceirização das empresas privadas. Trata-se de um quadro global que afecta não só Angola mas até as economias mais robustas devido à rigidez do mercado laboral (mercado de emprego).

    Além disso, vemos que, em tempos de recessão, o trabalhador com experiência – que tem emprego garantido e fortes protecções no emprego tende a estar protegido dos despedimentos (ainda que possa correr o risco de ser dispensado), enquanto os jovens trabalhadores, com contratos mais flexíveis, tendem a sofrer mais o impacto quando as empresas enfrentam dificuldades económicas.

    Portanto, acredito que, neste momento, o “plano B” tem que passar pelos segmentos microeconómicos e o sector social, sobretudo se atendermos ao esforço que o governo tem feito na procura de alternativas para as vítimas dos desastres naturais. É compromisso do governo desenvolver acções no sentido de construir alguma capacidade de protecção das famílias contra os vários fenómenos e desastres naturais no sentido de salvaguardar a vida e o bem-estar das comunidades. Para terminar, quero salientar que só com políticas sociais como estas e com mais políticas inclusivas se poderá solidificar um equilíbrio da cidadania e elevar o índice de desenvolvimento humano. (semanarioeconomico.ao)

    Por: Paulo Gomes Vaz

     

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