Novecentas e 62 famílias sinistradas, oriundas dos municípios de Viana e Luanda, começaram hoje (terça-feira), a receber lotes de terreno para autoconstrução dirigida na comuna de Calumbo, na capital angolana, no âmbito do projecto do governo provincial de melhoria das condições de habitabilidade dos munícipes.
A cerimónia formal de entrega dos primeiros títulos de concessão de espaços foi dirigida pelo governador de Luanda, Higino Lopes Carneiro, sendo beneficiadas pessoas que viram as suas residências e lavras inundadas em Calumbo (Viana), em consequência das últimas chuvas que assolaram a circunscrição e provocaram o transbordo do rio Kwanza.
A zona de loteamento de Calumbo vai ocupar uma extensão de 32 hectares, com uma população prevista de mais de cinco mil pessoas, conta já com água potável e projecta-se a construção de outros equipamentos sociais como posto policial, escola do I e II ciclos, infantário, igreja, posto de saúde, bombeiros e uma pequena área comercial.
Na ocasião, o governador de Luanda interagiu com os munícipes e autoridades tradicionais, explicando que essa iniciativa do Executivo visa conferir maior dignidade à condição de vida dos cidadãos.
“ O governo está a colocar a disposição das pessoas água potável, energia eléctrica, urbanização e outros serviços, para que deixem de viver em casas de chapas desordenadas, sujeitas a chuvas, frio e doenças”, frisou.
Na mesma senda, disse que quem não tem um terreno deve se dirigir à administração, solicitando o seu lote em projectos infraestruturados, onde já existem modelos de construção das casas e outros equipamentos sociais, para viverem em segurança e com conforto.
Santos André Vunge foi beneficiado com um lote de terra e por isso agradeceu o gesto da administração de Viana e do governo provincial. Explicou que a população ribeirinha de Calumbo tem sofrido de forma cíclica com as inundações do rio Kwanza.
“Agradecemos e pedimos a Deus que abençoe o Executivo por nos ter estendido a mão e ajudado a minimizar o nosso sofrimento”, reforçou.
Já o cidadão João Kiata prometeu trabalhar para conseguir construir uma nova residência no loteamento, pondo para trás os tempos em que vivia em casas de adobe ou chapa.
Congratulou-se com a construção de outros equipamentos sociais no loteamento, como escolas e posto médico, que vão minimizar o sofrimento da população, sobretudo das crianças, muitas vezes obrigadas a se deslocarem grandes distâncias para frequentarem diversos níveis de ensino.
A anciã Maria Adão João disse que já sofreu muito com as inundações e que perdeu tudo que possuía. Agradeceu a iniciativa e solicita a ajuda das entidades na aquisição de material de construção, sobretudo para as pessoas mais carentes.
O município de Viana, um dos mais populosos da capital angolana, possui uma população estimada em dois milhões de habitantes e alberga o maior parque industrial do país. (Angop)