O historiador e director do Museu de Antropologia, Américo Kwononoca, defendeu ontem, no Luena, a realização anual de um festival de dança tradicional tchianda, como forma de valorizar e revitalizar o folclore da região leste do país.
Durante uma palestra sobre “O distrito do Moxico e a sua origem”, em alusão às comemorações do 95º aniversário da província, o responsável frisou que esta dança, além de ser típica da região Leste, que inclui o Moxico, as Lundas Norte e Sul, é também praticada em alguns países vizinhos, como a República Democrática do Congo e a Zâmbia.
Para o historiador, um povo só é conhecido através da sua cultura, por isso, a riqueza tradicional e os valores étnicos e linguísticos típicos de cada país devem ser valorizados através de políticas que enalteçam os seus hábitos e costumes.
Américo Kwononoca disse que o Moxico foi muito marginalizado pelos colonialistas portugueses e belgas, o que atrasou o seu desenvolvimento. De acordo com o palestrante, esta foi a causa de revoltas de algumas autoridades tradicionais da Kameia e Mwene Mbandu, que se rebelaram contra a ocupação colonial portuguesa.