As autoridades sanitárias do Kwanza-Norte estão a redobrar as campanhas de sensibilização dos cidadãos sobre a importância do planeamento familiar, uso adequado dos contraceptivos e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
O projecto é uma iniciativa da organização “Médicos Sem Fronteiras” em parceria com a direcção de Saúde do Kwanza-Norte e prevê a realização, até finais deste mês, de palestras e conferências nos municípios de Lucala, Cazengo, Samba Caju e Ambaca. O porta-voz do programa, Bruno Neto, explicou que para a sua concretização estão disponíveis sete especialistas. Uma equipa técnica da Direcção Nacional de Saúde Pública realiza, desde Janeiro, um inquérito sobre saúde reprodutiva, que incide na avaliação do nível de percepção das mulheres em idade fértil quanto à importância do planeamento familiar.
Primeira conferência
A experiência piloto do projecto foi realizada na escola de formação técnica de enfermagem, em Ndalatando, com a realização de uma conferência sobre as consequências da gravidez precoce, a pré-concepção e vigilância da mulher na gravidez, oncologia e doenças sexualmente transmissíveis.
Na palestra, António Leitão Ribeiro, advogado da Associação de Apoio às Mulheres Vulneráveis em matéria de saúde sexual e reprodutiva, mostrou-se preocupado com a falta de orientação e fraca educação, da qual resultam gravidezes precoces que constituem sérios riscos à vida de mães e bebés.
“É preocupante a situação.Temos que educar os nossos jovens para evitar gravidez precoces”, disse. A representante das mulheres jovens desamparadas, Marcelina dos Prazeres, sublinhou que a redução da mortalidade materno-infantil passa pela melhoria da educação, sobretudo na vertente sexual e reprodutiva. “O acesso limitado à educação, emprego, água e saneamento, tal como a elevada dependência económica, resultam na vulnerabilidade da mulher, situação que, em muitos casos, retira os pressupostos para a sua auto afirmação e coragem para a tomada de decisões acertadas”, disse.
Participaram na palestra cerca de 100 pessoas, entre estudantes, enfermeiros, funcionários da Cruz Vermelha de Angola, Associação de Mulheres Jovens e membros do Governo.
FONTE: Ja