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    Grandes potências e Irão traçam linhas gerais de histórico acordo nuclear

    O secretário de Estado dos EUA, John Kerry (à direita), e o chanceler iraniano, Javad Zarif, chegam à Escola Politécnica de Lausanne, nesta quinta-feira, 2 de abril de 2015, ao fim das negociações (Foto de Brendan Smialowski/POOL/AFP)
    O secretário de Estado dos EUA, John Kerry (à direita), e o chanceler iraniano, Javad Zarif, chegam à Escola Politécnica de Lausanne, nesta quinta-feira, 2 de abril de 2015, ao fim das negociações (Foto de Brendan Smialowski/POOL/AFP)

    As grandes potências e o Irão alcançaram nesta quinta-feira em Lausanne um compromisso que traça as linhas gerais do acordo destinado a impedir que Teerão se dote de uma bomba atómica.

    Em uma declaração conjunta com seu colega iraniano, Mohamad Javad Zarif, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, anunciou que foram estabelecidos os parâmetros chave para um acordo final sobre o programa nuclear de Teerão.

    Mogherini também indicou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas respaldará um acordo final sobre o programa nuclear iraniano, que deverá ser supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

    No Twitter, os líderes, entre eles o presidente iraniano, Hassan Rohani, haviam antecipado o fechamento de um acordo de princípio após vários dias de intensas negociações.

    “Foram encontradas soluções a respeito dos parâmetros chave do programa nuclear do Irão. A elaboração (de um acordo final) deve começar imediatamente para ser finalizada até 30 de Junho”, escreveu Rohani.

    O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou, por sua vez, que as potências do 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) e o Irão têm “agora os parâmetros para resolver os principais assuntos” do programa nuclear iraniano.

    Em um pronunciamento na Casa Branca, o presidente americano, Barack Obama, saudou pouco depois um acordo histórico com o Irão sobre o programa nuclear, mas advertiu que se Teerão trapacear o mundo saberá.

    Segundo os primeiros elementos divulgados deste pré-acordo, a capacidade de enriquecimento de urânio do Irão deverá diminuir e Teerão manterá 6.000 centrífugas activas, contra as 10.000 actuais.

    As sanções americanas e europeias serão levantadas em função do respeito dos compromissos por parte do Irã, advertiu a União Europeia.

    “Boas Notícias”, tuitou a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, pouco antes das 17h00 GMT (14h00 de Brasília), enquanto seu colega iraniano falou sobre “soluções encontradas” na negociação nuclear na mesma rede social.

    Este anúncio põe fim a oito dias de uma maratona diplomática, na qual os negociadores debateram dia e noite para alcançar um compromisso histórico antes de um acordo final.

    Desde a noite de quarta-feira, os representantes do 5+1 e do Irão negociaram linha por linha os princípios de um primeiro acordo, segundo fontes próximas às negociações.

    Como realizou diariamente desde domingo, Israel, um dos principais opositores ao acordo com o Irão, exigiu nesta quinta-feira que qualquer compromisso sobre o programa nuclear iraniano signifique uma redução considerável da capacidade atómica de Teerão, declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

    Já o ministro israelita da Inteligência, Yuval Steintz, disse que se Israel ficar sem uma via política, seu governo seguirá cogitando uma opção nuclear.

    A comunidade internacional quer examinar o programa nuclear iraniano e controlá-lo de perto para garantir que o Irão nunca se dotará de uma bomba atómica, em troca do levantamento das sanções que asfixiam a economia do país.

    Mas a negociação, relançada em 2013 após anos de crise, se estancava em pontos chave: duração do acordo, o número de centrífugas e a modalidade de levantamento de sanções.

    A história prossegue

    “Este é um acordo de princípio. Não se trata de regular a questão de forma definitiva, trata-se de fixar os parâmetros do acordo final e de esclarecê-los de forma suficientemente precisa para evitar todas as ambiguidades possíveis e que as dissonâncias fiquem minimamente sob controle”, explicou um diplomata ocidental antes das declarações.

    O compromisso desta quinta-feira não coloca um ponto final à história. De fato, ainda que os negociadores consigam se entender nos grandes parâmetros e fixar as orientações bastante precisas, os detalhes técnicos deste complexo dossiê deverão ser esclarecidos antes do acordo final de 30 de Junho.

    “Chegar a um acordo até o fim de Junho será uma tarefa imensa e difícil”, avisou Zarif na manhã desta quinta-feira.

    Kerry e Zarif precisam de um acordo de princípio substancial que lhes permita ganhar tempo diante de seus respectivos grupos e conseguir enfrentar as hostilidades regionais contra qualquer tipo de compromisso. (portalangop.co.ao)

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