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    Estados Unidos apoiam Angola com 4.000 milhões de dólares

    O Governo angolano assinou um memorando com o Eximbank dos Estados Unidos para investimentos de até 4.000 milhões de dólares em diferentes domínios, essencialmente de infra-estruturas.

    A informação foi avançada ontem pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, que participa em Washington, nas Reuniões de Primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

    “Aproveitando a nossa estadia em Washington assinamos um memorando com o Eximbank (banco estatal que apoia a exportações) dos Estados Unidos da América, que vai permitir que empresários norte-americanos realizem investimentos até ao montante máximo de quatro mil milhões de dólares nos diferentes domínios, mas com destaque para o das infra-estruturas”, disse Archer Mangueira em declarações à imprensa.

    Segundo Archer Mangueira, foi também realizado um encontro com o vice-presidente do Banco Mundial para os Recursos Humanos, com o objectivo de estudar a possibilidade de integração de quadros angolanos naquela instituição bancária.
    “Prevemos ter nos próximos dias mais encontros, mas destaco essencialmente o com o director do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional”, assinalou Archer Mangueira.

    FMI satisfeito com Angola

    De acordo com JA, o Programa de Financiamento Ampliado (EFF, sigla inglesa) que o Governo conduz com o Fundo Monetário Internacional (FMI) “teve um bom início”, considerou ontem, em Washington, o director do Departamento Africano da instituição financeira.

    Abebe Selassie declarou também, numa conferência de imprensa de apresentação das “Perspectivas Económicas da África Subsaariana”, que o FMI está “satisfeito e encorajado” com as reformas fiscais aplicadas pelo Governo no quadro do EFF, um programa apoiado em 3,7 mil milhões de dólares pela instituição financeira.

    A reforma fiscal conduzida pelo Governo, ainda esta a ser aplicada mais do lado da despesa que da receita, em acções que as pretendem solucionar, indicou o responsável, numa provável alusão à revisão das metas do programa no fim de Março decidida pela Missão Técnica do FMI para Angola e o Governo.

    Abebe Selassie incluiu Angola, Nigéria e África do Sul, que representam 50 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da África Subsaariana, num grupo de 24 que este ano travam a taxa de crescimento da sub-região.

    O crescimento da África Subsaariana, insistiu o director do Departamento Africano do FMI, dispara este ano para 3,5 por cento, contra 3,0 por cento em 2018, números já referidos nas Perspectivas Económicas Mundiais divulgadas na terça-feira.

    A taxa de crescimento de Angola prevista para este ano no relatório das Perspectivas Económicas da África Subsaariana, é de 0,4 por
    cento, a mesma recentemente anunciada em estimativas avançadas pelo ministro das Finanças em Luanda.
    O documento também estima para Angola um crescimento de 2,9 por cento em 2020, voltando a coincidir com o Governo.

    As projecções avançadas pelo relatório colocam a taxa de crescimento de Angola em 2019 abaixo dos seus parceiros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com a África do Sul expandir a economia em 1,2 por cento, a República Democrática do Congo 4,3, a Namíbia 1,4 e a Zâmbia 5,0 por cento.

    A economia angolana também é a que menos cresce entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), onde Cabo Verde tem projectado um crescimento de 5,0 por cento, o mesmo que a Guiné-Bissau, e Moçambique e São Tomé 4,0 por cento.

    Pobreza extrema cresce na região

    A taxa global de pobreza extrema caiu para 700 milhões de pessoas de níveis muito mais altos nos anos 90 e 2000, prevendo-se que, até 2030, nove em cada dez pessoas nessas condições esteja em África, de acordo com números do Banco Mundial.

    O presidente do Banco Mundial, David Malpass lembrou numa conferência de imprensa durante as Reuniões de Primavera do Banco Mundial e do FMI, a primeira desde que foi investido no começo da semana, que a economia global registou perdas de crescimento em 2018, desacelerando para 2,7 por cento no quarto trimestre, contra 3,3 nos primeiros três meses daquele ano.

    O abrandamento foi transversal às economias mais avançadas e aos Países em Desenvolvimento, deixando três sinais de alarme como são as débeis reformas estruturais nas maiores economias, condições financeiras mais restrictivas em alguns dos maiores mercados emergentes e elevada de incerteza a nível global.

    As variáveis em presença apontam para que o rendimento “per capita”, anteriormente em franco crescimento, tende a cair para níveis inferiores a 1,00 por cento, o que eleva o risco de uma futura concentração de pobreza extrema no continente.

    O presidente do Banco Mundial considerou que, nessas condições, o número de pessoas a viver na pobreza extrema tende a aumentar na África Subsaariana, apelando para soluções dos próprios países e da comunidade internacional.

    David Malpass referiu projectos de ajuda financeira acordados nas Reuniões de Primavera do ano passado, com os quais o Banco Mundial se tornou numa organização mais apta para responder de forma eficiente a estes desafios.

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