O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (14) que seu tio foi “assassinado” pelas tropas eritreias na região etíope de Tigré, devastada há dois anos por um conflito sangrento.
Tedros deu uma conferência de imprensa com a associação de correspondentes das Nações Unidas nesta quarta-feira e, no final de seu discurso, revelou que esteve prestes a cancelá-la porque estava em um “momento difícil” no âmbito pessoal.
“Fui informado de que meu tio foi assassinado pelo exército eritreu”, disse ele a repórteres.
O chefe da OMS explicou que outras cinquenta pessoas também foram mortas na mesma incursão militar.
“Espero que o acordo de paz se mantenha e esta loucura pare”, afirmou.
O governo da Etiópia e as autoridades de Tigré assinaram um cessar-fogo em 2 de novembro, após dois anos de combates.
Diversas organizações já classificaram este conflito como “um dos mais mortais do mundo”. Mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas e centenas de milhares estão à beira da fome, segundo a ONU.
Tedros, natural do Tigré e ex-ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia, tem pedido repetidamente paz e o acesso de ajuda humanitária sem restrições na região.
AFP