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    Colômbia: Conversações de paz do governo colombiano com Farc são alvo de espionagem

    Negociadores das Farc participam de uma entrevista coletiva em Havana (AFP, Yamil Lage)
    Negociadores das Farc participam de uma entrevista coletiva em Havana (AFP, Yamil Lage)

    Bogotá – O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou uma investigação sobre uma aparente espionagem contra a delegação de seu governo nas conversações de paz com os rebeldes das Farc e sugeriu que “forças ocultas” estão tentando sabotar seus esforços para encerrar cinco décadas de guerra.

    Integrantes da inteligência militar interceptaram comunicações de telefone celular de representantes do governo nas conversações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), de acordo com informações publicadas nesta terça-feira na revista Semana.

    As negociações de paz com as Farc começaram em novembro de 2012, semanas depois de Santos anunciar que estava mantendo conversações secretas com líderes rebeldes. Informações sobre as conversas vazaram antes do anúncio histórico de Santos.

    “Não é aceitável de nenhum ponto de vista que a inteligência seja realizada contra cidadãos comuns e menos ainda contra autoridades do Estado”, disse Santos, qualificando as pessoas por trás da espionagem como “forças ocultas” e “rodas soltas”.

    “É totalmente inaceitável”, afirmou.

    As negociações de paz, que estão em andamento em Cuba, surgiram como tema de campanha para as eleições de maio, na qual Santos tentará a reeleição.

    A revista Semana, semanário investigativo de prestígio no país, afirmou que os celulares dos negociadores Humberto de la Calle, Sérgio Jaramillo e Alejandro Éder foram interceptados, bem como os de políticos esquerdistas, como a ex-senadora Piedad Córdoba.

    Houve coleta de dados de mensagens de texto, mas os telefonemas não foram ouvidos, segundo a revista. A espionagem foi realizada a partir de um restaurante de Bogotá e um telecentro adjacente usado como base da operação.

    As conversações de paz do governo com os líderes da Farc são realizadas em segredo, o que as duas partes estão respeitando, com exceção de breve comunicados divulgados sobre os avanços do diálogo.

    Este é o primeiro escândalo de espionagem desde que a agência de inteligência do governo, conhecida como DAS, foi fechada, depois de revelações de escutas telefônicas durante o governo do presidente Álvaro Uribe.

    “Minha mão não vacila na luta contra o uso ilegal da inteligência”, disse Santos que, quando ministro da Defesa no governo de Uribe, pediu o fechamento da agência de inteligência.

    O governo e as Farc lutam há cinco décadas num conflito que já deixou mais de 200.000 mortos e levou milhões de pessoas a abandonarem suas casas. (reuters.com)

    Reportagem adicional de Luis Jaime Acosta

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