O principal candidato da oposição à Presidência da Libéria, Winston Tubman, disse, no domingo, que pretende participar numa eventual segunda volta contra a actual Presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf.
A declaração é um recuo em relação à posição adoptada na véspera, quando oito partidos, incluindo o de Tubman, anunciaram um plano de boicotar o pleito, alegando fraudes e manipulação na contagem de votos. Em entrevista à BBC, Tubman disse que cogitou retirar-se do pleito, mas acabou por tomar a decisão de se manter na disputa, diante do cenário quase confirmado de uma segunda volta.
A Comissão Eleitoral do país negou as acusações de fraudes. Resultados parciais divulgados, no domingo, pela agência Associated Press davam 44,6 por cento dos votos a Sirleaf, percentagem insuficiente para que ela vença a primeira volta. Tubman, segundo colocado na contagem de votos, obteve 31,4 por cento. Os resultados finais são divulgados a 26 de Outubro.
Eleição pós-guerra
As eleições em curso, também para cargos legislativos, são as segundas a serem realizadas na Libéria desde o fim da guerra civil do país, que durou 14 anos e acabou em 2003. Sirleaf foi eleita, em 2006, a primeira mulher a presidir um país africano e foi laureada, há poucos dias, com o Prémio Nobel da Paz (em conjunto com uma activista liberiana e uma iemenita).
A Prémio Nobel da Paz é elogiada pela comunidade internacional por ter colaborado para a pacificação da Libéria e por abrir caminho para o fim de sanções externas a partir do exterior contra o país.
Observadores dizem, porém, que a Presidente não conta com tamanha popularidade dentro da Libéria, acusada por grupos de críticos de não fazer o suficiente para mitigar a pobreza profunda ainda existente na República da Libéria.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP