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    Candidato à liderança abandonou o partido

    José Fernando Fula (Foto: Angop)
    José Fernando Fula (Foto: Angop)

    José Fernando Fula, um dos candidatos derrotados no IV Congresso Ordinário da FNLA, anunciou ontem, em Luanda, a cessação da sua militância no partido, por alegada letargia da direcção liderada por Lucas Ngonda e por notar que não há espaço para si nesta formação política.

    Em declarações ao Jornal de Angola, Tó Zé Fula, como também é conhecido o jovem político, disse não concordar com a dinâmica de trabalho da FNLA e previu mesmo a extinção do partido, depois das próximas eleições gerais, previstas para 2017.

    O dissidente justificou  a sua posição com os resultados negativos do partido nas últimas eleições. Um dos três movimentos de libertação, a par do MPLA e da UNITA, a FNLA vai baixando a sua representação parlamentar a cada eleição, ocupando actualmente apenas dois dos 220 assentos na Assembleia Nacional.

    “Infelizmente, hoje a FNLA já não tem qualquer expressão porque a actual direcção não dá espaço para a contribuição dos intelectuais do partido”, acusou Tó Zé Fula, antes de desenhar o fim da formação política.

    “Depois das próximas eleições, a FNLA vai ser apenas uma associação de antigos combatentes”, ironizou.

    Perguntado sobre qual é o seu futuro, depois de ter  abandonado o partido onde cresceu, Fernando Fula disse que está pronto para ingressar em qualquer partido, desde que este tenha boas políticas de Estado. “Estou ao serviço de Angola e se houver uma boa proposta para contribuir com os meus conhecimentos, não vejo porque não aderir. Não me importo que seja o MPLA ou  outro partido, só sei que na FNLA estou a perder o meu tempo”, afirmou.

    Tó Zé sublinhou que tem uma vasta experiência em políticas voltadas para a juventude, devido às suas passagens pela organização juvenil do partido e pelo Conselho Nacional da Juventude.

    Reacção do partido

    O porta-voz da FNLA, Laiz Eduardo, minimizou a decisão de José Fernando Fula, afirmando que a mesma é normal em qualquer democracia e que o acto do dissidente, além de ter sido livre, está consagrado na Constituição da República.

    O secretário para a informação e propaganda do partido liderado por Lucas Ngonda negou as acusações feitas por Tó Zé Fula e disse acreditar que a decisão de abandono esteja relacionada com uma eventual frustração por parte deste.

    “Fernando Fula e o irmão Fernando Pedro Gomes solicitaram, junto do Tribunal Constitucional, a impugnação ou anulação do IV Congresso do partido (realizado em Fevereiro deste ano), mas o tribunal não deu provimento ao pedido”, disse Laiz Eduardo, citando um suposto acórdão datado de 15 de Setembro. “Com esta decisão, o Tribunal Constitucional aferiu a actual direcção do partido e acredito que o irmão deve estar a  sentir-se frustrado.”

    Nascido em 25 de Maio de 1969, em Luanda, José Fernando Fula desempenhou funções de destaque na FNLA, tendo chegado a membro do bureau político do comité central em 1999. Tó Zé Fula foi ainda antigo secretário-geral da organização juvenil (JFNLA), assessor parlamentar do então vice-presidente do partido, Ngola Kabangu, e assistente do presidente fundador, Holden Roberto, falecido em Agosto de 2007. (jornaldeangola.ao)

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