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    Angola perde milhões por não conseguir produzir quota de petróleo autorizada pela OPEP

    Angola está a perder anualmente milhares de milhões de dólares por não conseguir cumprir as quotas de produção autorizadas pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) devido a problemas causados por falta de investimentos e de manutenção, revela um estudo da agência de notícias Reuters.

    Quando a pandemia do novo coronavírus começou a paralisar as economias através do mundo, a OPEP reduziu as quotas de produção para apoiar os preços do petróleo então em grande queda e que atingiram os preços mais baixos dos últimos 20 anos.

    Mas agora, Angola e outros países como a Nigéria, não estão a conseguir aumentar a produção para os níveis autorizados de modo a responder à demanda por parte das economias em recuperação.

    Em Julho, a OPEP e os seus aliados na chamada “OPEP +” acordaram um aumento de 400.000 barris por dia (bpd) de Agosto a Dezembro.

    A quota de Angola, o segundo maior produtor de África, é de 1,33 milhões de bpd, mas desde Setembro do ano passado, o país tem estado a produzir abaixo da sua quota.

    Em Junho, o ministro dos Petróleos, Diamantino Azevedo, baixou os objectivos de produção de petróleo para este ano em 27.000 bpd, para 1,19 milhões de bpd, citando queda de produção em campos operacionais, atrasos de perfuração devido à Covid-19 e “desafios técnicos e financeiros” na exploração de petróleo em águas profundas.

    Em queda

    Justin Cochrane, director de investigação para África da companhia de análise de mercados IHS, fez notar que a produção de campos petrolíferos angolanos tem estado em queda e a exploração de novos campos de petróleo é insuficiente para compensar essa queda.

    Os maiores campos de produção angolanos começaram a produzir no início da década de 2000 e já ultrapassaram a sua capacidade máxima.

    “(Os angolanos) estão a remar contra a maré, com o declínio a ser maior do que a nova produção”, disse Cochrane.

    Com efeito, os dados de produção confirmam essa tendência pois em 2020 Angola produziu 1,3 milhões bpd muito abaixo dos 1,8 milhões produzidos em 2008.

    “O petróleo que não está ser extraído e vale centenas de milhões de dólares”, escreve a Reuters que acrescentou que o Ministério das Finanças de Angola afirmou que as dificuldades em cumprir as quotas permitidas pela OPEP “poderão durar anos”.

    Com o preço de petróleo a 80 dólares o barril, o país pode estar a perder mais de 11 milhões de dólares por dia por produzir apenas 1,19 milhões de bpd, em vez dos 1,33 autorizados pela OPEP ou seja mais de 4.000 milhões de dólares anuais.

    As previsões são que o preço do petróleo possa atingir os 90 dólares o barril até ao fim do ano.

    Fontes da organização indicaram que a “OPEP+” não deverá alterar o acordo de aumento de 400.000 bpd alcançado em Julho quando reunir-se na próxima semana, apesar de pressões de consumidores para uma maior produção, o que resultaria numa possível queda dos preços.

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