Um novo estudo realizado pelo Instituto Nacional de Cancro italiano revelou dados que podem contrariar a origem do vírus.
A OMS já tinha admitido que o vírus poderia ter circulado silenciosamente pelo mundo até ser detetado em Wuhan. Agora, com o novo estudo do Instituto Nacional de Cancro italiano, as suspeitas crescem.
Quinta-feira, numa conferência organizada pela editora americana Cell Press e pela Comissão Municipal de Ciência e Tecnologia de Pequim, o antigo diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças chinês, Zeng Zuan, citou o estudo italiano. De acordo com as descobertas do Instituto, nas amostras de sangue de pacientes com cancro do pulmão em Itália, desde setembro de 2019, foram encontrados anticorpos do Sars-Cov-2 (nome oficial do coronavírus). O primeiro caso de Covid-19 foi detetado a 17 de novembro de 2019, em Wuhan.
“Wuhan foi onde o coronavírus foi detetado pela primeira vez, mas não foi em Wuhan que nasceu”, defendeu Zuan, aludindo ao estudo italiano.
Na semana passada o atual chefe do CDC chinês, Wu Zunyou, também sugeriu que o vírus pode ter chegado à China através da importação de marisco e carne congelada. Já em Milão, os cientistas que realizaram o estudo que tem feito correr muita tinta defendem que os resultados não refutam a origem do coronavírus para Itália. Giovanni Apolone, o diretor científico do Instituto Nacional de Cancro italiano e co-autor do estudo, acredita que as descobertas do Instituto simplesmente revelam que “a epidemia na China não foi detetada a tempo”.
A Organização Mundial de Saúde criou uma equipa determinada a investigar as origens do novo coronavírus. A missão começou há cerca de um mês, e envolve a colaboração de cientistas chineses.
O ministro dos negócios estrangeiros chinês, Zhao Lijian, reforçou que o país continuará a fazer parte dos esforços globais em rastrear a origem do vírus e a “trabalhar com o resto da comunidade internacional no combate à Covid-19 e a outros vírus”.