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    Visita do PR deve trazer vantagens recíprocas

    A visita do Presidente da República, João Lourenço, a Portugal, pode constituir uma oportunidade para o país aumentar os seus investimentos em solo português, deslocalizar fábricas e tecnologia portuguesa, afirmou, nesta sexta-feira, o economista Carlos Padre.

    O Chefe de Estado angolano trabalha em Portugal de 22 a 24 deste mês, a convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, numa altura em que os dois países dão sinais claros de melhoria das relações político-diplomáticas.

    Dada a relação milenar entre os dois povos, Carlos Padre espera que a deslocação do Presidente abra espaço para harmonização das relações económicas e traga mais energia e serenidade nos negócios, afectados, nos últimos anos, pela crise económica e financeira.

    Desde finais de 2014, o número de empresas portuguesas exportadoras para Angola tem registado uma tendência acentuadamente decrescente, passando de nove mil e 397, em 2013, para cinco mil e 838, em 2017.

    Neste novo contexto de cooperação, Carlos Padre espera que seja dada atenção especial à questão dos recursos humanos para o ensino técnico e profissional, essencial para o bom desempenho das empresas interessadas em fazer de Angola o destino dos seus investimentos.

    Apesar do espectro de redução de empresas exportadoras para Angola, o economista espera o surgimento de mais investidores, sobretudo de Pequenas e Médias Empresas, que podem trazer financiamentos da União Europeia (EU).

    Do seu ponto de vista, um passo nessa direcção deve dar preferência aos sectores considerados prioritários e na óptica do PRODESI – Programa de Apoio à Produção, Diversificação da Exportação e Substituição das Importações.

    Atendendo às limitações geográficas de Portugal, entende que os angolanos “deveriam adoptar estratégias de actuação, de modo a tornar Angola o país de continuidade dos negócios portugueses, para projectos de grande escala, que exijam expansão territorial”.

    Em relação à actuação das empresas angolanas, o também consutor de empresas sugere que devem, primeiro, se preocupar com Angola, na medida em que existem carências em todos os sectores e produtos de grande procura nacional (maioritariamente importados).

    Já o economista Fernando Vunge referiu que a visita do Presidente João Lourenço vai permitir fortalecer as relações comerciais e trará vantagens recíprocas, uma vez que Portugal continua a ser um dos principais parceiros económicos de Angola.

    Segundo dados do AICEP, Angola foi, em 2017, o oitavo maior cliente de Portugal, representando 3,2 por cento das exportações portuguesas.

    Portugal é o segundo maior fornecedores de bens e serviços para Angola, com uma quota de 14,6 por cento, depois da China, com 16,9 por cento.

    Fernando Vunge entende que as empresas portuguesas poderão ver nesta visita uma oportunidade para fazerem uma prospecção ao mercado angolano, de modo a encontrarem oportunidade de negócios. Trará, também, ganhos para as empresas angolanas que queiram apostar e encontrar oportunidade de negócios em Portugal.

    A seu ver, Portugal reúne requisitos para que, no processo de diversificação da economia e fomento das exportações em curso em Angola, possa ser um parceiro que traga conhecimento e algum capital, para potenciar e alavancar a produção interna.

    Nesta sua primeira visita de Estado a Portugal, desde a tomada de posse em Setembro de 2017, João Lourenço far-se-á acompanhar da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, e de uma delegação ministerial e de membros do seu gabinete. (Angop)

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