As presidenciais na Ucrânia caminham para as derradeiras 24 horas de campanha antes do dia de reflexão no sábado e de as urnas abrirem finalmente no domingo. Os candidatos afinam argumentos, falam dos medos, da esperança, dos sonhos…. Entre as promessas, Petró Poroshenko, o líder das sondagens, incluiu a Crimeia, a região autónoma que autoproclamou a independência face à Ucrânia após um referendo não reconhecido pelo próprio governo nem pela comunidade internacional – exceção feita à Rússia, que aceitou anexar a península onde mantém uma base naval.
“Estou confiante de que aquilo por que estamos a lutar juntos é a paz, a calma e a segurança, a recuperação económica, o fim da corrupção e a total solidariedade internacional com a Ucrânia. A qual nos vai permitir não só repor a ordem no leste, mas também recuperar em breve a Crimeia”, afirmou, num comício, o conhecido “rei do chocolate”, alcunha resultante do sucesso e da fortuna que Poroshenko fez a negociar cacau.
As palavras de união e de integridade territorial ucraniana emocionaram a plateia, mas parecem não chegar ao leste, onde continuam os confrontos entre militares ucranianos e rebeldes separatistas. Uma situação que está a ameaçar estas eleições em algumas regiões e que está a preocupar a Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE), que está no território para mediar negociações entre o governo da Ucrânia e as administrações regionais, em especial, as dos leste do país.
“Tenho esperança que não seja necessário qualquer uso de força militar a partir de agora e até ao fim das eleições para permitir que todo o processo eleitoral possa avançar. E espero que esta mensagem seja escutada não só pelo governo, mas também pelo outro lado”, afirmou, em conferência de imprensa, o moderador da OSCE Wolfgang Ischinger, após uma ronda negocial em Kiev.
Nas sondagens destas presidenciais, o favorito, entretanto, é Petro Poroshenko, com mais de 30 por cento das preferências. Iulia Timoshenko, a antiga primeira-ministra e símbolo da “revolução laranja” de 2004, está em segundo, mas com apenas seis por cento. Mikhailo Dobkin, por fim, o candidato do Partido das Regiões, do ex-presidente Viktor Ianukovich, não chega aos quatro por cento nem está no top-5 das sondagens entre os 21 candidatos na corrida à cadeira de Presidente da Ucrânia. (euronews.com)