AFP
A polícia prendeu três pessoas nesta quinta-feira, quando um grupo de venezuelanos, insatisfeitos pelo facto de activistas norte-americanos ocuparem a embaixada por mais de duas semanas, atacaram militantes de esquerda que queriam levar alimentos para o prédio.
A polícia algemou um activista idoso que estava tentando jogar pacotes de comida no complexo e também um venezuelano que tentou impedi-lo. Em seguida, outro activista também foi preso.
“Eles prenderam três, dois dos nossos e um deles”, disse Medea Benjamin, membro do Code Pink, uma das organizações que formaram o Colectivo para a Protecção da Embaixada, que há duas semanas e meia ocupa a sede diplomática, com o consentimento do governo de Nicolás Maduro.
Os activistas querem impedir a entrada da delegação do líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e mais de 50 países como presidente interino.
Benjamin explicou que os dois activistas estavam tentando entregar comida para as pessoas dentro da embaixada quando foram presos.
Mara Verheyden-Hilliard, advogada da Associação pela Justiça Civil, confirmou à AFP que as três pessoas foram presas.
“Não sabemos se eles serão processados”, disse.
Desde a rebelião de soldados contra Maduro na terça-feira, houve protestos espontâneos de venezuelanos que querem recuperar a sede diplomática.
O prédio de quatro andares, localizado no elegante bairro de Georgetown, está fechado ao público desde que a maioria dos diplomatas deixou o país depois de perder seu status, depois que os Estados Unidos se tornaram um dos primeiros países a reconhecer Guaidó.
O governo venezuelano exigiu nesta quinta-feira que os Estados Unidos protejam sua embaixada.
“Exigimos que o Departamento de Estado dos EUA cumpra com sua obrigação como signatários da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e proteja o edifício da antiga embaixada da Venezuela em Washington, assim como nosso governo protege suas instalações em Caracas”, tuitou o chanceler, Jorge Arreaza.