Terça-feira, Maio 28, 2024
20.7 C
Lisboa
More

    Separatistas ucranianos rejeitam acordo concluído em Genebra

    (Foto de SERGEI SUPINSKY/AFP)
    (Foto de SERGEI SUPINSKY/AFP)

    Os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia permaneciam inflexíveis e rejeitaram o acordo concluído em Genebra para tentar desactivar a crise ucraniana, um novo desafio para o governo pró-Ocidente de Kiev.

    O presidente interino ucraniano, Olexander Turchynov, e o primeiro-ministro Arseni Iatseniuk estenderam a mão aos separatistas e prometeram uma importante descentralização, além de um “status especial” para a língua russa.

    Para surpresa de todos, os chefes da diplomacia ucraniana, russa, americana e europeia concluíram na quinta-feira um acordo em Genebra para reduzir a tensão no país, à beira de uma explosão com a insurreição do leste, que exige a integração à Rússia ou uma “federalização” da nação.

    O acordo prevê o desarmamento de grupos ilegais e a retirada dos prédios ocupados, além de uma amnistia para os que entregarem as armas, excepto para os que cometeram assassinatos.

    O texto estipula também que o processo constitucional anunciado pelo governo de transição será “transparente” e incluirá todas as regiões ucranianas, assim como todas as entidades políticas.

    Mas, entrincheirados na sede da administração regional de Donetsk, ocupada desde 6 de Abril, os insurgentes rejeitaram o plano.

    “Estamos de acordo que os edifícios devem ser desocupados, mas antes (o primeiro-ministro Arseni) Yatseniuk e (o presidente Olexander) Turchynov devem sair dos edifícios que ocupam ilegalmente desde o golpe de Estado”, declarou Denis Pushilin, um dos líderes dos separatistas.

    Os separatistas, que prevêem um referendo sobre a autonomia regional para 12 de Maio, não se consideram vinculados ao acordo.

    “O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, não assinou em nosso nome, mas pela Rússia”, afirmou o dirigente separatista.

    Kiev faz proposta

    Apesar da rejeição dos insurgentes, as autoridades de Kiev decidiram respeitar sua parte no acordo.

    “O governo ucraniano está disposto a realizar uma reforma constitucional de envergadura que dará amplos poderes às regiões. Damos um status especial à língua russa e garantimos a protecção desta língua”, declarou o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk em um discurso à nação ao lado do presidente interino Olexander Turchynov.

    “Queremos que se instale a concórdia na Ucrânia. O governo está disposto a modificar o código fiscal e orçamentário para dar recursos financeiros a cada território ucraniano”, completou o primeiro-ministro.

    Se a aplicação do acordo “não começar nos próximos dias, depois da Páscoa teremos acções mais concretas”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Andrei Dechtchitsa.

    A ‘operação antiterrorista’ iniciada para retomar o controle das regiões do leste da Ucrânia não foi suspensa, mas não está em uma fase activa, segundo o Serviço Especial Ucraniano (SBU).

    Os misteriosos “homens de verde” armados, que segundo Kiev são militares russos e de acordo com Moscovo “grupos locais de autodefesa”, ainda controlam a cidade de Slaviansk, dominada há seis dias.

    Além disso, separatistas – simples manifestantes ou grupos armados – permaneciam entrincheirados em prédios públicos de mais de 10 cidades de língua russa da Ucrânia

    Os separatistas pró-Moscovo exigem um referendo sobre a incorporação à Rússia ou sobre a “federalização”.

    Mas o acordo de Genebra também decepcionou os partidários da unidade da Ucrânia, pois não inclui uma referência à integridade territorial do país nem exige que a Rússia interrompa a ocupação da Crimeia, como destacou Anatoli Gritsenko, ex-ministro da Defesa e candidato à presidência.

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quinta-feira não ter certeza de que o acordo com Rússia e Kiev sobre a Ucrânia vá funcionar e afirmou que novas sanções serão impostas a Moscovo, se necessário.

    Horas antes do acordo, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que esperava não ver-se obrigado a recorrer ao envio de Forças Armadas à Ucrânia.

    A Rússia mantém quase 40.000 homens na fronteira entre os países e o presidente russo já afirmou em várias ocasiões que pretende defender “a qualquer preço” as pessoas de língua russa da ex-URSS. (afp.com)

    Publicidade

    spot_img

    1 COMENTÁRIO

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Angola: Indícios de escândalo financeiro abalam Administração Geral Tributária

    Processos de investigação criminal na Administração Geral Tributária (AGT) em Angola, com detenções por suspeitas de corrupção na província...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema