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    Rússia e China entram em uma ‘nova era’ com encontro entre Putin e Xi Jinping em Moscovo

    O presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão assinar na próxima semana em Moscovo, durante a visita do líder asiático, uma série de acordos que marcará o início de uma “nova era”, garantiu o Kremlin nesta sexta (17).

    Nesta quinta, a chancelaria chinesa e o Kremlin anunciaram que o líder chinês vai estar na Rússia entre segunda e quarta da próxima semana, pouco mais de um ano após o início da ofensiva russa na Ucrânia.

    O anúncio diplomático aconteceu horas antes do Tribunal Penal Internacional (TPI) ter anunciado que emitiu uma ordem de prisão contra o presidente russo pela deportação de crianças em zonas da Ucrânia ocupadas pela Rússia.

    Xi e Putin tiveram um primeiro encontro na segunda (13), antes de um dia de negociações mais formais na terça (14).

    “Os líderes assinaram (…) uma declaração conjunta sobre o fortalecimento da nossa associação global e nossa relação estratégica, que entrará em uma nova era”, indicou o conselheiro diplomático Yuri Ushakov, citado pelas agências de imprensa russas.

    Ushakov também elogiou a “moderação” de Xi sobre o conflito na Ucrânia, um tema no qual a China busca se apresentar como mediador, apesar do apoio diplomático prestado a Rússia.

    Na quinta, o chanceler chinês, Qin Gang, insistiu em uma conversa telefônica com o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, que Kiev e Moscou devem ter conversações de paz “o antes possível”.

    Os Estados Unidos expressaram nesta quinta que se opõem ao pedido de cessar-fogo, já que considera que ele consolidará a “conquista russa”, disse aos jornalistas John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

    – Cooperação militar e técnica –

    A diplomacia chinesa afirmou que a visita de Xi é uma “visita pela paz”, destinada a “praticar o multilateralismo (…) melhorar a governança global e contribuir para o desenvolvimento e o progresso do mundo”.

    O Kremlin indicou que Xi e Putin abordarão o “aprofundamento da colaboração exaustiva e a cooperação estratégica entre Rússia e China”, sobretudo “no cenário internacional”, e acrescentou que “serão assinados documentos bilaterais importantes”.

    A visita de Xi acontecerá quase 13 meses depois do início da campanha russa na Ucrânia, que isolou Moscovo a nível internacional.

    A China não condenou a ofensiva militar e tratou de se apresentar como um ator neutro no conflito. Sua posição foi criticada por líderes ocidentais, que acreditam que a potência asiática está dando cobertura diplomática a Moscovo.

    Os EUA acusaram o país mais populoso do mundo de estar considerando a entrega de armas à Rússia, o que Pequim negou veementemente. Apesar das acusações, os dois dirigentes vão abordar a cooperação militar e técnica, segundo o Kremlin.

    Vassily Kashin, um especialista em geopolítica radicado em Moscovo, afirmou que a “agenda econômica” é um tema dominante para a Rússia, que “deve reorientar sua economia em direção à China diante das sanções econômicas ocidentais”, relacionadas à ofensiva na Ucrânia.

    Por sua vez, a China “se reivindica como uma força política importante no cenário internacional” e quer ter “o maior número possível de parceiros”, explicou à AFP.

    China e Rússia estreitaram sua colaboração nos últimos anos a nível econômico, militar e político.

    Xi visitou a Rússia pela última vez em 2019, enquanto Putin participou no ano passado da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, e ambos os líderes se reuniram pessoalmente em uma reunião regional de segurança em setembro de 2022 no Uzbequistão.

    – Diálogo entre Xi e Zelenski? –

    Em um documento com 12 pontos publicado no mês passado em razão do conflito na Ucrânia, China pediu diálogo e respeito à integridade territorial de todos os países.

    Em qualquer caso, o pedido chinês pela paz parece longe de se materializar.

    Nesta sexta, o Kremlin prometeu que os caças MiG-29 que a Polônia e a Eslováquia vão entregar à Ucrânia serão “destruídos”, e denunciou a “crescente participação” dos países da Otan no conflito com Kiev.

    Segundo Ja-Ian Chong, professor associado na Universidade Nacional de Singapura, o alcance dos esforços chineses pela paz “dependerá da substância do que propôr nas reuniões” com Putin e, eventualmente, com a classe governante ucraniana.

    “Seu plano de paz anterior foi mais uma série de princípios gerais que uma proposta aplicável”, declarou à AFP este especialista em política externa chinesa.

    Desde o início do conflito, o presidente chinês não teve nenhuma reunião com seu homológo ucraniano, Volodimir Zelenski.

    De acordo com o Wall Street Journal, poderia haver uma conversa após a visita de Xi a Moscovo.

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    FonteAFP

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