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    Quem invadiu o Capitólio? Há caras famosas da extrema-direita, mas o FBI pede ajuda

    O FBI está a pedir ajuda ao público para identificar as pessoas que invadiram o Capitólio e tentaram travar a validação da vitória de Joe Biden pelo Congresso, esta quarta-feira à tarde, nos EUA. Entre os apoiantes de Donald Trump, que participaram no ataque, estão conhecidos membros de grupos neonazis, conspiracionistas e supremacistas brancos.

    Um dos principais departamentos de investigação dos Estados Unidos quer reunir toda a informação possível sobre a invasão do Capitólio, que provocou cinco mortes, entre eles, um polícia, e dezenas de feridos. Para tal, o FBI publicou uma série de fotografias dos invasores e pediu ajuda para identificá-los. “Estamos a aceitar dicas e material digital que mostre o tumulto e a violência em redor do Capitólio dos EUA a 6 de janeiro”, escreveu esta polícia no Twitter, que acrescenta que são bem-vindos quaisquer tipos de informações, fotografias ou vídeos das “ações violentas”.

    No entanto, não é preciso ir muito longe para descobrir alguns dos apoiantes de Donald Trump que tentaram impedir a validação da vitória de Joe Biden pelo Congresso. Muitos dos invasores surgiram com a cara destapada, orgulhosos do ataque feito, e apresentam-se nas redes sociais como uma tropa leal ao ainda presidente dos EUA. Apesar da motivação que os une, entre eles, há uma diversidade de conspiracionistas, neonazis, grupos de extrema-direita e nacionalistas. Mas todos queriam o mesmo.

    Jake Angeli, mais conhecido por “Q Shaman”, apareceu em inúmeras fotografias, vestido com peles e um capacete com chifres, a percorrer os corredores do Capitólio e sentado numa das cadeiras do Congresso. Angeli é um dos membros proeminentes do grupo QAnon, que idolatra Donald Trump como o salvador da América e acusa os democratas de abusar de crianças e de adorar Satanás. “Q Shaman” tem liderado os protestos a favor de Donald Trump no estado do Arizona e, de acordo, com o jornal “The New York Times” (NYT) terá sido um dos principais instigadores, com outros ativistas de extrema-direita, da violência ocorrida na quarta-feira.

    Vários líderes dos Proud Boys, grupo de extrema-direita que condena a imigração e exalta a misoginia, foram também vistos no ataque. Um deles foi Nick Ochs , que concorreu a um cargo na câmara de Waikiki, no estado do Havai, e fracassou. Faz ainda parte do coletivo “Murder The Media” (“Matem os Media”), uma frase que foi aliás escrita numa das portas do Capitólio e cujos alvos são jornalistas.

    Várias pessoas do “National Socialist Club”, que se identificam como neonazis, publicaram vários vídeos dentro do Capitólio na aplicação Telegram. Já o grupo armado de extrema-direita “Three Percenters” foi visto na terça-feira à noite junto ao Capitólio, a usar capacetes e coletes antibala, adornados com o “três” escrito em numeração romana.

    Outro dos mais conhecidos apoiantes de Trump é “Baked Alaska”, que se filmou dentro do Capitólio e foi visto em direto por 16 mil pessoas. O responsável desta façanha é Tim Gionet, conhecido por defender ideias de supremacia branca e antissemitas na Internet. Gionet teve um canal no YouTube, cuja conta foi cancelada depois de gravar-se a cometer crimes e a assediar pessoas. A ousadia e o sentido de impunidade na quarta-feira foi notório quando afirmou em direto que poderia dormir dentro do edifício e até ligar a Donald Trump através de um telefone do Congresso.

    Apesar das inúmeras caras conhecidas entre a tropa leal de Trump, muitas facilmente localizadas através de uma simples pesquisa nas redes sociais, permanecem ainda centenas de invasores por identificar. Ou pelo menos, assim diz o FBI. Vários internautas estão a criticar a força policial por estar a pedir informações ao público na conta de Twitter, quando conseguem facilmente “ter as fotografias, os nomes e as moradas” daqueles que atacaram o Capitólio, por estes serem personalidades bem conhecidas nos meios extremistas. Pelo menos, 82 pessoas foram detidas nos distúrbios na quarta-feira, avança o “NYT”.

    A falta de polícia no local continua a ser apontada como um dos fatores que agravou o caos junto a um dos símbolos maiores da democracia nos EUA. Enquanto centenas entravam no Capitólio, cá fora permaneciam milhares de apoiantes de Donald Trump. Alguns foram incentivados pelo presidente dos EUA a juntar-se à “luta” em Washington e a defender, por ele, uma falsa alegação de fraude eleitoral. Para muitos, era a primeira vez na capital dos Estados Unidos.

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    FonteJN

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