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    Primeiras descobertas de material arqueológico anima especialistas

    Mbanza Congo – A descoberta, há cerca de duas semanas, de uma fossa com material arqueológico que data do primeiro milénio ao século XV, em Mbanza Congo (Zaire) animou os especialistas que trabalham no projecto de inscrição desta cidade na lista do património mundial.

    Este facto foi manifestado hoje à Angop, em Mbanza Congo, pela coordenadora do projecto conhecido como “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”, a arqueóloga angolana afecta ao Ministério da Cultura, Sónia da Silva Domingos.

    Explicou que este material foi achado na sequência do acompanhamento do trabalho das infra-estruturas integradas do Ministério do Urbanismo e Construção, em local já intervencionado por uma empresa chinesa encarregue pelas obras de reabilitação das ruas desta cidade.

    A responsável revelou que foi descoberto um depósito contendo peças de cerâmica, que se presume ser da idade de ferro, assim como outro material como sementes de palmeira e carvões minerais.

    A especialista esclareceu que a equipa por si coordenada, encarregue das escavações, está já a fazer o trabalho de laboratório como lavagem, remontagem e os desenhos, para a posterior caracterização tipológica dos depósitos para se apurar com mais precisão a cultura a que pertencem.

    Segundo a Sónia Domingos, será necessária a realização de um teste conhecido como “datação do carbono catorze”, para se confirmar as actuais suposições, frisando que o referido material arqueológico prova claramente que M’banza Kongo era já habitada há muito mais tempo, antes da chegada dos portugueses.

    “ O trabalho técnico não nos permite avançar com maior rapidez nas nossas pesquisas, já que não dispomos de laboratórios para a datação do carbono catorze, devendo as  amostras serem enviadas a África do Sul, França ou Bélgica, onde existem condições para o efeito”, acrescentou.

    Para Sónia da Silva Domingos, esta descoberta é fundamental para que a Unesco exige na conformação do dossier de candidatura de Mbanza Congo a património mundial.

    “Este facto é que se vai destacar, porque indica-nos que Mbanza Congo era já uma localidade com uma população, extensão e esplendor, antes da chegada dos portugueses”, sublinhou.

    Anunciou que chegam já hoje, nesta cidade, os integrantes de uma equipa especializada na prospecção geofísica, que vai juntar-se ao grupo que se encontra no local, composto por duas arqueólogas angolanas e dois outros de nacionalidade camaronesa, agora reforçado com três especialistas em arqueologia ligados a Unesco, sendo uma portuguesa e dois belgas.

    As escavações arqueológicas decorrem há cerca de um mês numa zona antiga e delimitada da cidade de Mbanza Congo, tida como área de protecção, que se estende a mais de 50 hectares.

    Estas pesquisas visam encontrar as provas arqueológicas que o comité do património mundial, com sede em Paris (França), necessita e que provem que esta localidade tem um valor universal excepcional.

    O projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”  foi lançado em 2007 pelo Ministério da Cultura, com a realização da mesa redonda internacional, nesta cidade.

    Fonte: Angop

    Foto: Angop

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