Ao oitavo dia do julgamento Derek Chauvin, acusado da morte de George Floyd em Minneapolis, a defesa tentou provar aos jurados que não foi o ex-polícia, mas sim a droga, que matou o afro-americano. Uma outra testemunha ouvida em tribunal afirmou que a acção do ex-polícia foi desproporcional.
A defesa do ex-polícia, Derek Chauvin tentou, esta quarta-feira, mais uma vez, convencer os jurados que George Floyd morreu de overdose e não de asfixia provocada pelo ex-polícia.
Ao interrogar o agente especial Reyerson, responsável pela investigação, a defesa mostra um vídeo quase inaudível de George Floyd e a testemunha afirma que ouviu o afro-americano dizer que consumiu droga.
Minutos mais tarde, quando volta a ser interrogado pela acusação, o agente Reyerson acaba por dizer o contrário.
“Depois de ver o vídeo completo, o que é acha que George Floyd está a dizer? Pergunta a acusação. “Sim, creio que o Sr. Floyd está a dizer: ‘Não consumi drogas’”, responde a Testemunha 27. A acusação continua: “Então é bem diferente do que o senho entendeu quando viu o pequeno excerto do vídeo? “Sim, senhor”, confirmou a testemunha.
Uso de “força letal” desproporcionada
Outra testemunha ouvida esta quarta-feira foi o agente policial de Los Angeles e especialista no uso da força pelas autoridades, Jody Stiger, que concluiu que a ação do ex-polícia foi desproporcional.
“Nesse momento, o uso da força justificou-se, para o fazer obedecer à polícia. Mas, quando ficou no chão, de barriga para baixo, aos poucos ele parou de resistir e os agentes deveriam ter parado de usar a força”, concluiu o especialista ouvido em mais uma sessão do julgamento.
Jody Stiger também sugeriu que Derek Chauvin abusou da força usando uma técnica chamada “obediência através da dor”, que envolve torcer os dedos e a mão de George Floyd para impedi-lo de se mover, enquanto este já estava algemado.
O ex-polícia, Derek Chauvin, de 45 anos, é acusado da morte de George Floyd em 25 de Maio em Minneapolis, depois de ter mantido, por mais de nove minutos, o joelho no pescoço de afro-americano. A morte de Floyd gerou uma onda de indignação contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos, apoiada pelo movimento Black Lives Matter.