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    Moçambique: Cresce criminalidade na Zambézia

    O estado de emergência devido à Covid-19 está a enfraquecer o combate à criminalidade na Zambézia. Em 14 dias, foram 13 assassinatos na província. As autoridades estão alarmadas.

    Segundo a polícia, em quatro dos cinco casos de homicídio voluntário ocorridos nos últimos dias, os criminosos procuravam roubar dinheiro e bens alimentares. Um quinto caso está associado ao tráfico de órgãos de um portador de albinismo, referiu, esta quarta-feira (12.08), Miguel Caetano, chefe das relações públicas na Polícia da República de Moçambique.

    “O primeiro caso de homicídio qualificado foi registado no distrito de Gurue, onde três indivíduos munidos de catana entraram na residência de um casal, espancaram a esposa até a morte e arrastaram o marido. Numa mata, acabaram tirando a vida ao homem, que esquartejaram, tendo levado parte do corpo do cidadão”, revelou o porta-voz da polícia naquela província.

    Ainda segundo o responsável, após investigação, “percebeu-se que o mesmo cidadão perecido tinha problemas de pigmentação da pele” – o que terá motivado os atacantes a levar parte do corpo da vítima.

    Crimes passionais e feitiçaria
    Oito assassínios na semana anterior foram causados por ciúmes, avançou Miguel Caetano. “Na semana passada, houve um recrudescimento de homicídios ao nível da nossa província, mas que devem estar todos eles associados a factores passionais e feitiçaria”.

    Por isso, o porta-voz da polícia na Zambézia afirmou que as autoridades já se dirigiram à população: “temos vindo a apelar às pessoas a não se pautarem por isso”.

    Factores sociais
    O activista social Jorge Emílio entende que há vários factores que concorrem para o aumento do número de crimes. “Primeiro aspecto, sabemos que houve um indulto, que levou à soltura de alguns criminosos da cadeia”.

    “O segundo aspecto”, continua o activista, “tem a ver também com algumas empresas que estão a fechar as portas, e sabemos que não estão a cumprir com aquilo que foi preconizado”.

    Jorge Emílio explica que “há empresas que fecharam e retiraram por completo os seus trabalhadores”, tirando às pessoas todos os meios de subsistência. “A outra alternativa [para o cidadão] é submeter-se à criminalidade para o seu autossustento”, disse o activista.

    Estado de emergência
    O porta-voz da polícia na Zambézia, Miguel Caetano, defendeu que este aumento inédito de homicídios na província se ficou a dever à pandemia de coronavírus, que paralisa parcialmente as operações de combate ao crime das forças de ordem.

    “Há aqui uma situação que nos impede de transmitir as nossas mensagens devido à pandemia de Covid-19. Como sabem, actualmente existe uma proibição de aglomeração de pessoas e a nossas estratégias nos tempos passados para mitigar estas situações eram reuniões de ligação polícia-comunidade, o que hoje não está a ocorrer. É uma situação que dificulta o trabalho da polícia”, concluiu.

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