O treinador do 1.º Agosto, Filipe Cruz, pede aos jogadores mais motivação e garra. As equipas do Magrebe são favoritas, mas está otimista. Critica a falta de competitividade em Angola.
Antes da partida para Marrocos, onde, a partir de hoje, inicia a disputa da Taça dos Campeões Africanos, a equipa de andebol do 1.º de Agosto encerrou o estágio em Portugal com uma derrota com o Belenenses por 28-29.
Filipe Cruz, o treinador até considera «importante para o 1.º Agosto defrontar equipas forte e com experiências bem diferentes» das formações africanas. «Neste estágio em Portugal, acredito que aprendemos muito», disse. Mas nem tudo lhe agradou:
– O Sporting, Benfica e Belenenses são grandes equipas, há grandes diferenças técnicas e táticas, mas o que mais me amargurou é que não tivemos a atitude necessária para contrariarmos o poderio dos adversários. Assim será difícil sermos campeões em Marrocos.
Problemas do andebol
Sim, Filipe exige muito aos seus jogadores, mas compreende que exista alguma desmotivação devido aos problemas que a modalidade enfrenta em Angola: «É triste quando somos obrigados a fazer um campeonato com cinco equipas e competir apenas dez dias. Assim é complicado dar a volta, quando o andebol só se pratica em Luanda. Na formação ainda há algumas coisas noutros locais, mas nem sempre se trabalha bem e se vamos buscar algum talento acaba por lhe faltar os fundamentos básicos da técnica e da tática.»
Lembrar 2007
Mesmo assim, em Marrocos, Filipe Cruz garante que haverá grande motivação: «Sem dúvida que o grupo é difícil, mas partimos com grande confiança de que podemos ser campeões e repetir 2007. Basta termos uma atitude diferente da que tivemos nos jogos em Portugal, disso não tenho dúvida. Sabemos da responsabilidade que temos e sentimos que temos condições para contrariar o favoritismo dos magrebinos. Como referência temos os três jogos que realizámos em Tunis e aí mostrámos que temos capacidade. Se jogarmos ao nosso nível os resultados vão aparecer.»
O 1.º Agosto não é campeão desde 2007, ano em que fez história ao conquistar o primeiro título continental para uma equipa masculina de Angola.
«Falou-me no título de 2007, mas é importante destacar que depois disso estivemos sempre no pódio, não foi conquista por caso. Não faz mal sonhar porque sabemos das nossas capacidades e sentimos que num dia bom podemos derrotar qualquer equipa. Não nunca é demais destacar esta ideia: pensamos no título, mas a jogar como fizemos em Portugal será muito complicado. Repito: os jogadores têm de sentir que terão de mudar de atitude.»
FONTE. A Bola