O Lide Angola, uma instituição que desde Dezembro de 2011 congrega líderes da classe empresarial angolana, promoveu na semana passada, em Luanda, a primeira conferência alargada, para perspectivar o Mundo após a crise económica e financeira, abordar os perigos, desafios e as oportunidades para as economias emergentes e em desenvolvimento, as potencialidades turísticas de Angola, a sustentabilidade económica e o retorno comercial do patrocínio desportivo no contexto angolano.
Na abertura do evento, o presidente do Lide Angola, Leonel da Rocha Pinto, disse que o grupo de empresários agrupados na instituição que preside definiu como prioridades na sua actuação conquistar um importante espaço de reflexão que possa interagir e envolver os demais intervenientes da sociedade e criar uma cultura de reflexão sobre temas que marcam o futuro da economia e das empresas.
“Somos responsáveis pela introdução de tecnologias, produtos e serviços que permitam ao país atingir os seus objectivos de desenvolvimento e, com isso, fazer evoluir as condições de vida de todos os angolanos. Igualmente, somos responsáveis pela criação de emprego que seja cada vez mais qualificado e sinónimo do aproveitamento das potencialidades dos quadros”, sustentou Leonel da Rocha Pinto.
O Lide Angola considera estar diante de um forte desafio, pois, além das suas capacidades empresariais e de uma forte exigência ética, precisa de um sentido de interpretação e antecipação do quadro económico, e de estar alerta e manter-se na linha da frente do pensamento.
No primeiro painel do dia, Paulo Pizarro, da companhia petrolífera BP Angola, que falou da sustentabilidade em Angola, notou que o Mundo caminha progressivamente para um défice ecológico muito grave. “Ainda que Angola tenha um crédito ecológico bastante grande, aconselho a criar reservas, para evitar os desastres à vista na maior parte dos países”, acentuou.
Um dos défices ecológicos de maior dimensão é verificado na desertificação, pois, hoje, um terço da superfície terrestre corre o risco de esterilização, devido ao uso de fertilizantes, adubos químicos, pesticidas, pasto intensivo e queimadas, sublinhou. O especialista em questões ambientais revelou que 50 por cento da floresta tropical já desapareceu, 40 por cento dos solos aráveis estão degradados e aumenta a população mundial, onde Angola se destaca por ter a segunda maior taxa de crescimento populacional.
Além desse tema que apresentou um quadro sombrio, os demais painéis incidiram sobre as oportunidades turísticas nacionais e sobre o patrocínio ao desporto, visando combinar a estratégia comercial e de marketing das empresas com uma séria aposta na actividade desportiva.
Esta primeira conferência alargada promovida pelo Lide Angola marca o início de uma série de debates, fóruns de negócios, “workshops”, seminários, actividades culturais, de integração e de responsabilidade social a efectuar por todo o país, com o objectivo de estimular a reflexão sobre alguns temas relevantes da economia mundial e do país e proporcionar momentos de interacção entre as classes empresarial e política, e outros membros da sociedade.
O Lide Angola – Grupo de Líderes Empresariais é um movimento que reúne empresários e dirigentes de corporações de destaque nas mais diversas áreas, visando estimular a discussão dos princípios de governança corporativa, comportamento ético, respeito ao ser humano, ao meio ambiente e o compromisso com o desenvolvimento económico.
