NATO de Rasmussen leva a votação, no final do mês, o plano para reforçar o exército da Ucrânia perante “mudança drástica da segurança”
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-membros da NATO vão votar, já no final do mês, um pacote de ajuda militar à Ucrânia que inclui “assistência à reforma do sector da defesa e a modernização das forças armadas” de Kiev.
Sem entrar em mais pormenores, Anders Fogh Rasmussen disse ao “El País” que a “agressão russa à Ucrânia mudou de forma drástica o cenário de segurança na Europa”, justificando dessa forma o “reforço, a curto prazo, da vigilância aérea nos países do Báltico, do destacamento de navios no mar Báltico e no mar Negro, e da realização de exercícios [militares conjuntos] nos Estados do Báltico e na Polónia”.
O chefe da NATO, de saída no final deste ano, diz que, após 20 anos a tentar atrair a Rússia para uma cooperação construtiva, “fica agora claro” que o país considera o Ocidente “seu adversário”. Pelo facto de o seu comportamento na Ucrânia “ter implicações estratégicas”, acrescentou, estão a ser consideradas medidas a longo prazo que, em última instância, poderão incluir “destacamentos apropriados” de tropas no terreno.
Na mesma entrevista, divulgada sábado pelo diário espanhol, Rasmussen diz-se preocupado com a recente aquisição de artilharia pesada por parte da Rússia, incluindo tanques, que estará a entregar aos ucranianos do Leste que apoiam Moscovo. “Temos informações de que tanques russos e outros veículos armados cruzaram a fronteira com o leste da Ucrânia.”
Uma possível parte dessa artilharia foi ontem destruída pelas forças armadas ucranianas em Stepanovka, na autoproclamada república popular de Donetsk, durante confrontos com os pró-Rússia. “Os militares destruíram dois veículos blindados, dois tanques e dois camiões Kamaz que transportavam metralhadoras KORD”, disse em comunicado o Ministério da Defesa ucraniano. Na mesma nota é especificado que mais de 40 separatistas morreram e que Kiev já retomou o controlo de “vários postos fronteiriços em Lugansk”. A polícia ucraniana anunciou, horas depois, a detenção de dois suspeitos na posse de explosivos improvisados, perto do consulado russo em Odessa, no leste da Ucrânia. (ionline.pt)
por Joana Azevedo Viana