A empresa SAPA, que falsificou milhares de garantias de peças de alumínio ao longo de 19 anos para centenas de clientes, foi acusada de burlar a NASA em 700 milhões de dólares, escreve o Jornal Económico.
Um fabricante de metais falsificou os resultados dos testes e forneceu materiais defeituosos à agência aeroespacial norte-americana, causando mais de 700 milhões de dólares (623 milhões de dólares) em prejuízos. A notícia é avançada pela “Bloomberg”, esta quinta-feira, que refere também que esta burla levou ao falhanço de duas missões de lançamento de satélites devido aos materiais defeituosos.
A fraude envolveu a empresa SAPA, que falsificou milhares de garantias de peças de alumínio ao longo de 19 anos para centenas de clientes. A norte-americana NASA foi um deles.
As partes danificadas foram usadas no fabrico do Taurus XL, um foguete que deveria lançar satélites para o espaço com o objetivo de analisar o clima da Terra durante as missões realizadas entre 2009 e 2011. A carenagem do veículo de lançamento, uma estrutura em concha que transporta o satélite enquanto atravessa a atmosfera, não abriu totalmente o que fez com que a missão ficasse sem efeito, de acordo com um comunicado da NASA.
“Quando os resultados dos testes são alterados e as certificações são fornecidas falsamente, as missões falham”, disse Jim Norman, diretor de serviços de lançamento da NASA à Bloomberg, acrescentando que anos de trabalho científico foram perdidos devido à fraude.
A notícia vem uma semana depois da norueguesa Norsk Hydro, a atual detentora da SAPA, concordar em pagar 46 milhões de dólares (40 milhões de euros) à NASA e ao Departamento de Defesa para resolver acusações criminais e ações civis relacionadas a ações fraudulentas entre 1996 a 2015.
A empresa admitiu que os funcionários haviam falsificado os resultados dos testes relacionados com força e segurança do metal sob pressão. A SAPA, agora conhecida como Hydro Extrusion Portland, também concordou em declarar-se culpada de uma acusação de fraude postal.